terça-feira, dezembro 28, 2004

"E com um beijo me traístes."

Não aquele que destes em outra, mas sim aquele que viestes me dar após o ocorrido.
Sabes bem que tu nada deves àquela, tua perdição.
A mim, que me entreguei a ti até o último suspiro, é que tinhas responsabilidades.
De cuidar.
De manter.
De ser fiel.
Teu beijo foi uma traição a este fardo que escolheste carregar ao me escolher para ti.
Beija outra, mas não venhas me beijar jamais.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Durma enquanto pode

"Ora, criança, se quiséssemos te fazer mal, achas que estaríamos à espreita à beira do caminho na parte mais escura da floresta?”.

Sabes muito bem que quem te faz mal não é aquele que se esconde atrás de máscaras ou nas sombras, mas sim aqueles que estão ao seu lado, querendo fazer-te bem.

Deixa que teus inimigos te espreitem, nada conseguirão fazer. Preocupa-te com teus queridos, aqueles que possuem o poder e o acesso para acertar-te onde realmente dói.

Deleita-te com os carinhos conseguidos sabendo que eles trarão consigo toda a sorte de dor e tortura. Dói mais o tapa que vem da mão que acaricia teu rosto.


Enquanto isso dorme. Teus pesadelos fazer-te-ão companhia enquanto a inimaginável realidade espera-te para destruir teus sonhos.

sábado, novembro 06, 2004

Coletivo

Ônibus lotado de gente. É lógico que não havia mais lugar para sentar. Na verdade, o único espaço existente é logo após a roleta, o que significa que todo mundo que entrar no coletivo vai fazer questão de esbarrar em mim.

A mochila, sempre cheia, fica atrapalhando a passagem, por isso coloco-a para frente de mim. Se essa mulher não quiser segurar minha mochila vai ficar com ela a viagem inteira na cara. “Obrigado. Muita gentileza da sua parte segurar pra mim.”

Droga! Dei mole e o cara do meu lado sentou no banco que acabou de vagar. Hum! Se deu mal! A velha do lado começou a puxar assunto! “Todo dia eu venho e o ônibuscheio. Um dia como esse, quente e abafado, deveria ter mais ônibus com ar. Mas ônibus com ar é muito caro nãopra ir, não é? Sabe, uma vez eu estava num ônibus lotado como esse...” Cara! A velha é uma metralhadora: não para de falar um minuto.

Heheh, o cara do lado da senhora que segura minha mochila tá babando no ombro dela. Putz! Isso é que é dormir! Tá realmente muito quente, o ônibus lotado e o cara dormindo de babar. A cara de nojo da mulher é a melhor! Tomara que ele não babe na minha mochila.

Nossa! Tá entrando uma mulher que as pessoas do ônibus tão tendo que se espremer pra ela passar. Ela tem um par de peitos colossais, do tipo em que se encontra em um decote da Fafá de Belém. Ela vai abrindo espaço com aquele aríete de duas pontas e as pessoas reclamando. Merda, ela vai ter que passar por mim e me esmagar com seu busto avantajado. De onde saiu essa mistura de Pamela Anderson com vaca leiteira? (estaria eu sendo redundante?) Pô, mas a mulher também, ao invés de jogar os peitos no ombro e dar um com os bicos na nuca pra não cair, fica com essas porcarias empurrando os outros! Sai pra , maminha de dinossauro!

“...acontece que eu não gosto muito de ar-condicionado também. Prefiro ventilador, sabe? Ar me deixa com a garganta seca. Outro dia eu estava...” A velha não para de falar. Bem feito pro cara que pegou meu lugar. Se bem que eu acho que ele ainda saiu no lucro. O motorista do ônibus tá dando uma de playboy e cortando geral, correndo pra caralho. tô vendo a hora de ele fazer alguma merda.

Demorou! A mulher na minha frente acordou o babão e ele se tocou que tinha passado do ponto e saiu, deixando o caminho livre pra eu sentar. Acima de 65 anos é o caralho! Quero mais é sentar e ficar olhando pra janela pra não perceber ninguém que precise sentar mais do que eu.

Enquanto isso a velha continua falando, que agora atrás de mim. Bem atrás. Devia ser proibido ter pessoas falando tanto assim no ônibus. “...quase torou o dedo! Por isso que eu não gosto de ventilador. Ar condicionado é mais seguro. Esse motorista ta indo rápido não é? Outro dia eu peguei uma lotação..” Peraí! Ela não havia dito que preferia ventilador a ar condicionado? Por que eu ainda me preocupo?

Pronto! A porra do motorista conseguiu bater com a merda do ônibus! Nada demais, mas como a lotação estava lotada, muita gente não estava segurando em lugar algum e acabou caindo e se machucando. Dá pra ouvir alguns lamentos e choramingos mas não vejo quem se machucou. A peituda é que não deve nem ter se preocupado, com aqueles airbags de fábrica. Pelo menos a velha parou de falar.

Puta! Pra que que eu fui falar? A velha começou a gritar em altos bradosCalma gente! O Sangue de Jesus está com a gente! Vai ficar todo mundo bem! Eu convoco o Sangue de Jesus!” Era o que me faltava: chegar atrasado no trabalho, num ônibus lotado, num calor infernal, e ainda ter que agüentar a mulher convocando o sangue de Jesus.

Não sei mais o que dizer. Chega um momento em que a irritação é tamanha que você não consegue mais nem pensar direito. Tudo o que se quer é puxar sua magnun 44, botar a máscara de Charles Bronson e mandar ver. Será que se eu matar metade da população mundial minha vida será mais fácil e menos cheia de gente? É algo a se pensar pro futuro. Fim do ano está . Acho que sei qual será minha resolução de ano novo.

segunda-feira, novembro 01, 2004

Resultados de uma pesquisa

- "Algum produto pra minha idade? Células-tronco! Elas são a revolução!"
- "Algum serviço que eu acho que esteja faltando? Teleporte. Ia me ajudar bastante..."
- "Sim, e acho que pareço mais novo. Veja as mulheres, por exemplo: se uma mulher não me acha bonito, interessante, elegante, charmoso e bem-sucedido leva ela direto pro Pinel, porque ela tá maluca!"
- "Você veja que sair à noite é uma beleza! Você sai de carro, estaciona, aí vem um flanelinha todo bem-intencionado e te pede pra guardar o carro. Ele guarda tão bem que você nunca mais acha!"

quarta-feira, outubro 27, 2004

Todo castigo...

Cara, que merda! não basta ter que acordar cedo pra ir à aula, ainda tenho que enfrentar esse ônibus entupido de gente fedendo logo de manhã cedo. Por que será que essas pessoas não poderiam pegar o ônibus em outro horário? As patroas delas podiam deixar elas entrarem mais tarde, as coitadas das empregadas. Aposto que...


EI! Passaram a mão na minha bunda!!! Como assim!? Em que mundo vivemos em que minha bunda esquelética é alvo de uma mão mais assanhada? Quem será que teve a coragem de sapecar a mãozona na minha buzanfa?


Coragem não. Com esse cata-corno cheio do jeito que tá, vai ser difícil descobrir quem foi. Será que foi a loirinha bonitinha atrás de mim? Ou a amiga dela gostosinha, talvez? Claro que foi! Gente bonita tem bom gosto, sabe o que há do bom e do melhor!


Quem que eu tô enganando? Pode ter sido a velhinha com cara de maracujá de gaveta. Será que aquelas mãos de uva-passa pegaram no meu pobre bumbum? Não gosto de nem de pensar!


sei! Foi a anã do meu lado! Claro! É muito fácil pra ela, o acesso é direto e sem maiores transtornos. Taí, nunca pensei que seria assediado por uma anã! Ops! A anã na verdade é um travesti! Nada como um pomo de adão pra denunciar.


resta então o negão do meu outro lado. Cara, se esse cara 20 centímetros maior que eu e com a largura do ombro o triplo da minha quiser pegar na minha bunda, eu não vou ter nem como reclamar. Pra não apanhar, de repente eu até ofereço a outra banda pra ele se divertir. Essa vida de magricela fracote não me leva a lugar algum... Tenho que entrar pra uma academia e aprender jiu-jitsu!


Cara, saltei do ônibus e ainda não sei quem passou a mão na minha bunda. Que merda! Bem que podia ter sido uma daquelas meninas bonitinhas, mas provavelmente foi a anã traveca ou a velha uva-passa.


Puta-que-pariu! Levaram minha carteira, isso sim! Desgraçado!!! E eu achando que tinham gostado da minha bunda ossuda! Mas a vida é assim mesmo: todo o castigo para (quem anda de cata-)corno é pouco...

Um dia de trabalho

- Fulano! O que você vai estar fazendo agora?
- Eu estarei estartando uma reunião lá na conference room.
- Você recebeu a nota que eu te mandei?
- Absolutamente.
- E o arquivo atachado? Você visualizou?
- Não, não realizei que havia um arquivo atachado!
- Mas como você vai facilitar a reunião sem esse arquivo? O facilitador deveria ter lido este document.
- Vou pedir então pro photoshopeiro lá do bureau me enviar esse arquivo uma vez mais. Isso deve solucionar o problema.

- Eu concordo. Não se esqueça de, ao final da reunião, passar a folha de feedback para que possamos estar possuindo um banco de dados com os principais issues.
- Claro! Eu também quero poder estar participando da visualização do downstream do scorecard dos shareholders.
- Cara, você realmente gosta de trabalhar em Finance, não é?
- Não tanto quanto você gosta de estar trabalhando em External Affairs.

A árvore da vida

Será que viver é tão difícil?
Sair, levar um tapa na bunda, chorar.
Levantar, cair, chorar, levantar, ficar, andar.
Sorrir, chorar, entender, compreender, perguntar.
Gostar, ficar, amar, não amar, amar, não amar, amar.
Juntar, separar, juntar de novo, fazer um, mais dois, mais três.
Estudar, estudar mais, estagiar, trabalhar, aposentar, criar poeira.
Se divertir, se aborrecer, crescer, ser criança pra sempre, se responsabilizar.
Crescer, ser grande, diminuir, desaparecer.
O que mais eu poderia querer da vida?
O que mais eu poderia querer da vida?
O que mais eu poderia querer da vida?

domingo, outubro 24, 2004

Ser gordo é apenas uma ilusão de ótica

Ou Ser gordo é apenas inveja dos opacos

Quem entende um mínimo de se arrumar sabe que roupas brancas engordam e as pretas emagrecem. Isso se dá porque as roupas claras refletem mais luz e acabam criando uma “auraque torna as pessoas maiores.

Mas você parou pra pensar que isso poderia ser aplicado também às pessoas em si e não às suas roupas. Pessoas branquelas (mais ou menos com o meu bronzeado Paulo Zulu) quando ficam sem roupa ao sol brilham que é uma beleza. E criam o mesmo efeito de “aura”.

Isso significa, então, que as pessoas possuem um brilho próprio, no sentido literal da coisa. A minha teoria é a que pessoas gordas, na verdade, são mais brilhantes e por isso punidas por uma sociedade que não admite a possibilidade de divisão em castas: os brilhantes e os opacos.

Pensa bem: pessoas gordas são espaçosas (sem trocadilhos), geralmente possuem uma personalidade forte e que chama a atenção para si, são pessoas de atitudes contundentes e fazem questão de demonstrar isso. Enfim, pessoas gordas, em verdade, são pessoas brilhantes.

Os opacos desde o primórdio dos tempos, percebendo essa diferença, trataram de discriminar essa castas iluminada. A inveja fez dos opacos os magros e dos brilhantes os gordos.

Assim, se você é gordo, não se sinta mal. Sinta-se bem com sua condição de pessoabrilhante que é! Não entre neste joguete da moda opressiva dos opacos, seja como o sol e brilhe intensamente! Ainda mais se você for gordo e branquelo...


“Se todos no mundo fossem gordos, as pessoas seriam mais próximas”

antigo ditado iluminado

Pedrin – defendendo a classe em que estou entrando.

O Metrô

Último metrô do dia. Ele entra, puxa seu livro e senta como sempre no fim do vagão, de lado, com as pernas em cima do banco e as costas contra a parede. À sua frente está um casal se agarrando e beijando. Ela tem um vestido preto e pernas brancas. Ele é alto e tem cabelos longos que praticamente esconde a menina.

O metrô começa a andar. Ele continua entretido em seu livro. Não porque seja maravilhoso, mas porque é a terceira vez que tenta ler e não quer desistir mais uma vez. É questão de honra. O livro se arrasta com linguagem rebuscada e falar afetado, tornando o sono algo quase tangível de tão forte que exala do livro.

Do outro lado, pelo canto do olho ele percebe que ela teve a parte de dentro de suas pernas invadidas pela mão do cabeludo. As coxas são mais brancas do que as canelas. Quase brilham.

Uma dupla de mulheres feias e faladeiras entra no vagão e se senta ao lado deles. Eles se acalmam um pouco para logo a seguir voltarem à sofreguidão dos abraços e beijos. A dupla de barangas se sente incomodada e muda de assento.

Páginas são lidas sem que se saiba o que estava escrito. Os olhos continuam a leitura, mas o cérebro não codifica mais as imagens em texto. Num esforço de concentração, ele começa a ler de si para si, bem baixinho. Funciona. Por um tempo.

Outra espiada de canto de olho e ela está , dando adeus ao cabeludo pela janela. Ele realmente parece o primo It da Família Adams. Pela primeira vez ela é loira. Oxigenada, mas não é mais apenas um par de pernas sendo invadidas pelas mãos do Capitão Caverna.

Segue a leitura. Fim de mais um capítulo. Sobre o que se tratava mesmo? Ler baixinho não está mais funcionando. Vou ler de novo este episódio. Ah, foi isso que eu li? Humm. Chega! Isso não vai me levar mais a lugar algum. Amanhã eu continuo.

Ele senta-se direito no banco e fica de frente para o lado oposto do carro. Ela ainda está . Parece meio incomodada pela falta de alguém a cobrindo. Meio que como uma pessoa com frio de quem acabaram de tirar o cobertor com o qual se cobria. Deve ser por isso que abraça a si mesma. O rosto baixo, coberto pelo cabelo loiro.

As estações passam, mas o metrô parece não sair do lugar. Que demora irritante! A essa hora da noite nãomais ninguém nas estações, anda logo! Ele repara então nela. Uma nesga dos olhos apareceu sob a cabeleira de palha. Escuros. Quase nãobranco nos olhos dela.

Percebendo ser vigiada, ela se encolhe no banco e aperta os lábios, como que de dor. Não deve estar acostumada a chamar atenção. Parece um bichinho assustado, encurralado num canto esperando seu destino. O abraço fica mais apertado.

As duas últimas estações ele passa admirando aquela cena. Os cabelos de palha cobrindo os olhos sem branco, o vestido preto brigando contra a brancura de suas pernas e braços, a boca apertada em dor.

Chega sua estação. Ele levanta antes de o metrô parar e se dirige à porta. Ela abre. Antes de sair ele vira, olha para ela, ela percebe e olha pra ele. “ Você é linda.Fecha a porta. Cara, estou podre! Vou chegar em casa e desmaiar na cama.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Como vai você?

Para ela:

Como vai você?
Eu preciso saber da sua vida
Peça a alguém pra me contar sobre o seu dia
Anoiteceu e eu preciso só saber
Como vai você?
Que já modificou a minha vida
Razão de minha paz já esquecida
Nem sei se gosto mais de mim ou de você
Vem, que a sede de te amar me faz melhor
Eu quero amanhecer ao seu redor
Preciso tanto me fazer feliz
Vem, que o tempo pode afastar nós dois
Não deixe tanta vida pra depois
Eu só preciso saber
Como vai você
Como vai você?
Que já modificou a minha vida
Razão da minha paz já esquecida
Nem sei se gosto mais de mim ou de você
Vem, que a sede de te amar me faz melhor
Eu quero amanhecer ao seu redor
Preciso tanto me fazer feliz
Vem, que o tempo pode afastar nós dois
Não deixe tanta vida pra depois
Eu só preciso saber
Como vai você

terça-feira, setembro 28, 2004

Eles

Ela

– Amor, fui ao shopping e comprei um monte de roupas lindas!
– É?
– É! Entrei na Zara e vi uma saia linda com um ótimo preço: R$100,00. Olha como ela é linda.
– Uhum – olhadela de canto de olho com um leve consentir de cabeça.
– Depois fui na Totem e achei um cinto ma-ra-vi-lho-so por apenas R$50,00. Praticamente dado! Olha que lindeza.
– Uhum – olhadela de canto de olho com um leve consentir de cabeça.
– Amor, você ta olhando as roupas que eu comprei?
– Claro, minha paixão.
– E porque você não fala nada, não comenta sobre nenhuma delas?
– Estou falando “Uhum”!
– E o que isso significa?
– “Sim”, ora bolas!
– “Sim” o quê?
– “Sim”, “Sim”!
– Você não está nem aí pras minha roupas! Não quer nem saber das compras que eu fiz. Aposto que não estava nem ouvindo o que eu estava falando!
– Escutei tudo meu amor! Você comprou essa saia naquela loja com Z e aquele cinto é ma-ra-vi-lho-so.
– É? Você estava escutando mesmo?
– Claro que sim. Eu te amo!
– Ah, então tá! Olha, esses sapatos eu comprei na Mr.Cat por quase R$130,00. Na outra loja era um absurdo de caro: quase 200 reais!
– Uhum – olhadela de canto de olho com um leve consentir de cabeça.


Ele

– Amor, fui ao shopping e comprei um monte de roupas lindas!
– É?
– Blá-blá-Z-blá R$100,00 blá-blá-blá.
– Uhum – Puta que pariu! O que foi cem reais? Espero que não tenha sido nada demais. Merda! Devia ter prestado atenção pra poder reclamar.
– Blá-blá-cinto-blá R$50,00 blá-blá-ma-ra-vi-lho-so-blá.
– Uhum – Caralho! 50 reais num cinto merda desses!!! Não acredito! Onde que ela ta achando essas porcarias caras a beça!?
– Amor, você ta olhando as roupas que eu comprei?
– Claro minha paixão – Estou ouvindo toda essa loucura que você fez de gastar essa grana preta numas roupas horríveis.

...

– Claro que sim. Eu te amo!
– Ah, então tá! Olha, blá-blá-blá R$130,00 blá-blá-blá R$200,00 blá-blá-blá.
– Uhum – Cento e trinta!? Duzentos!!!??? O que essa mulher pensa que ta fazendo!?

terça-feira, setembro 21, 2004

Bukowski fazendo efeito

– Você está olhando pros meus peitos!?
– Bom, pra falar a verdade... Sim, eu estou olhando pros seus peitos.

...


– Olha, eu achei muito inconveniente da sua parte o que você fez.
– Como assim?
– Eu achei muito rude da sua parte o modo como você falou comigo.
– Você achou rude!?
– Claro que sim.
Você estava olhando pros meus peitos e fui eu que fui rude!?
– Sim. Fiquei muito desconfortável com sua atitude.
– Você ficou desconfortável. Você ficou desconfortável? Você ficou desconfortável!?
– Sim. O que há de estranho nisso? É claro que fiquei desconfortável. Eu estava aqui quieto no meu canto, olhando pros seus peitos. Eu não esperava que você fosse me questionar. Isso não se faz.
– Isso não se faz? Quer dizer que eu não devo fazer nada quando alguém estiver olhando pros meus peitos?
– Exatamente. Questionar, ainda mais da forma como você fez, é algo muito inconveniente de se fazer. Isso tende a deixar a pessoa que está admirando seus peitos numa situação desconfortável.
– E eu!? Não lhe passa pela mente que talvez eu esteja desconfortável com a situação?
– Não. Por que deveria?
– Você estava olhando diretamente para os meus peitos. Não chegou nem a disfarçar...
– Eu sei. Não consigo ser muito discreto.
– ...e ainda vem achar estranho eu ficar desconfortável?
– Sim, claro. Por que você estaria desconfortável?
– Porque você estava olhando pros meus peitos!
– Sim, e daí?
– E daí? E DAÍ!?
– Ai. Daqui a pouco você vai me dizer que não era pra olhar?
– CLARO QUE NÃO ERA PRA OLHAR!
– Então por que você está usando um decote como esse? Não me parece que você está tentando esconder muita coisa. Seja pelo menos educada e não seja rude com quem ficar a olhá-los.

domingo, setembro 12, 2004

Mãe que não reclama não é feliz

Findo o almoço, vem aquele desagradável chamado para os trabalhos: "Filho, tire a mesa, tá?". Disfarçado por um ponto de interrogação numa pergunta, a ordem soa incômoda reverberando dentro dos ouvidos.

Não é a melhor parte do fim de semana, mas é algo que precisa ser feito por alguém e esse alguém sou eu. Tirar a louça e colocar na máquina é um trabalho braçal chato, mas não irritante. Assim como guardar a comida na geladeira (mesmo que às vezes isso signifique brincar de Tetris com os potinhos de comida).

O problema maior é a batalha que se trava entre um serviço e outro: o momento de passar o papel-filme sobre a tigela grande de macarrão. Não sei quem inventou esse aparato, mas definitivamente era um sádico filha-da-puta!

Fico sempre pensando, enquanto vou arrumando tudo que posso para postergar a fatídica tarefa, que este era para ser um utilitário para facilitar a vida da dona-de-casa. Mas acaba sendo uma enorme fonte de frustração e irritação!

Quanto mais eu olho para aquela porcaria pendurada na parede, mais minha ira se inflama! O que não ajuda muito, pois no momento em que vou utilizá-lo já estou estupidamente puto quando deveria estar com uma calma de Buda!

Sim, é preciso
muito momento nesta paciência. Mas eu já mandei a calma tomar no cú (com acento, por favor) há muito tempo!!!

Puxo a merdinha de seu apoio na parede mas ela não vem. Claro que não! Tem que dificultar as coisas, não é!? Tiro-a de dentro do puxador e começo a desenrolá-la na mão mesmo.

Aí chega o momento crítico: tenho que ser extremamente rápido e hábil o suficiente para cortar o que eu quero e colocar sobre a tigela de macarrão. Sem dobrar! Não pode dobrar de modo algum! Por favor Deus, permita que não dobre!!!

FUCKNTHOUSANDSUNOFABICTH, PUTAQUEPARIUCARALHOPORRA, PIRUCARECAEBUCETACABELUDA!

Começo a desenrolar mais uma vez. A ansiedade para pôr fim logo à tarefa deixa minhas mãos trêmulas. Situação problemática - não pode dobrar. Não de novo. Não sei se vou suportar se dobrar de novo.

A pressão é muito grande! A faca que acaba de separar o pedaço do rolo é jogada para qualquer lado, fincando-se com um estalido na porta; o rolo cai e sai girando e deixando uma trilha de papel filme desenrolado que atravessa o chão da cozinha; duas mãos trêmulas agarram os dois extremos da folha e suavemente deposita-a sobre a tigela.

Trabalho realizado! É claro que um pedaço ficou dobrado, mas aí você ignora e deixa assim mesmo na geladeira (depois de mais uma seção de Tetris). Afinal de contas, sua mãe precisa de alguma coisa para reclamar. Mãe que não reclama não é feliz.

quarta-feira, setembro 08, 2004

A esperança é a última que morre

Sabe, eu fico extremamente feliz quando vou ao cinema. Percebo que a humanidade ainda tem chances, que o mundo não é um lugar tão sombrio quanto eu penso e que há ainda esperança no coração das pessoas.

Podem me chamar de inocente e ingênuo, mas eu acho muito significativo um ato que continuamente eu vejo quando o filme está a poucos minutos de começar.

Eu sempre chego no cinema com, no mínimo, uma hora do início do filme. Isso é para poder entrar numa fila fenomenal e garantir um lugar ao lado da minha namorada não muito colado de cara na tela do cinema.

Com isso, acabo entrando quase meia hora antes de começar a sessão e fico sentado, esperando e observando enquanto as pessoas vão chegando e se acomodando. Por volta de 10 minutos antes do filme, praticamente para de chegar pessoas, estão todos mais ou menos acomodados e tudo que há pra fazer é curtir a música de elevador tocando ao fundo.

Mas então acontece! Quando o filme já está pra começar (mais ou menos dois minutos antes do início) eu os vejo: entra um casal. Esperançosamente eles olham para os lugares mais altos dos assentos tentando encontrar aquele espaço maravilhoso, esquecido por todos e à espera dos dois.

É neste instante que eu percebo que a esperança é realmente a última que morre. Lágrimas escorrem nos meus olhos de emoção ao vê-los irem de fileira em fileira, da última para frente, perguntando “Tem alguém aqui nestes lugares? Ah, foi ao banheiro...”, até chegarem nos assentos para paraplégicos no andar de baixo, estupidamente colados na tela do cinema.

A esperança e perseverança humana são coisas que me deixam espantado e feliz de reconhecer. Eu gostaria de ser tão idealistas quanto esses casais. Mais infelizmente o lado negro da força é grande em mim e o ceticismo venceu – eu chego, sempre cheguei e sempre chegarei antes ao cinema só pra garantir meu lugarzinho no fundo, mesmo ao custo de uma hora de ócio.

Mas acredito que não podemos ser todos assim, tão cínicos e descrentes. Por isso eu dou a maior força pra pessoas como esses casaizinhos.

VAMOS! Vocês conseguem! Não desistam! Na próxima vez vocês vão ser presenteados com um belo e lindo lugar com as costas tocando na parede de fundo da sala.

Ass.: Pedrin – porque cinismo demais é pouco...

sexta-feira, setembro 03, 2004

Como pode?

Lembra quando você era pequeno e tirava um dia de suas férias para visitar o trabalho de seus pais? Conhecia todo mundo, tinha sua bochecha apertada até só sobrar carne viva e almoçava no bandejão da empresa que você achava o máximo!

Para não destoar do ambiente, pedia uma folha de papel e passava o dia inteiro desenhando alguma coisa, mas sempre com uma cara de compenetrado, de quem está muito ocupado e está fazendo algo de muito importante.

De vez em quando seus pais lhe pediam para fazer algo para eles: “Filhinho, quer ajudar o papai no trabalho? Vai lá no estoque e conta quantos livros vermelhos tem lá.”, “Meu filho, ajude sua mãe e peça ao Tio Soares um PEDIDO-DE-SUBTRAÇÃO-DE-UNIFORMES, por favor.”, “Meu anjo, leve essa pasta lá no segundo andar, lembra? Aquele em que você ficou brincando com a calculadora da moça.”.

Lembra quando você brincava de ser adulto? Vestia a gravata do pai, as meninas colocavam os sapatos e maquiagens da mãe, lembra? Ficava ótimo, muito bonito e de vez em quando até caia bem em você, mas era falso. Você sabia disso, seus pais sabiam disso e quem mais olhasse também saberia.

Pois é. Acho que não cresci. No meu estágio faço trabalhos, em sua maioria, de um nível de dificuldade não muito diferente do que daqueles trabalhos que fazia “para ajudar a mamãe”. Continuo fingindo-me de ocupado enquanto na verdade estou lendo um blog ou vendo meu orkut.

Visto-me como gente grande, mas me sinto como criança. Minhas roupas parecem maiores que eu, fico desengonçado dentro delas. Fico vendo os outros estagiários, parecem todos tão adultos. Imagino quantos anos eles devem ter: 28, 29, 30 provavelmente. Mas quando lhes pergunto todos respondem 23, 24, 25.

Como pode ser então que eles na minha idade já são adultos e eu ainda sou criança? E pior: como pode ninguém perceber que eu sou apenas uma criança, brincando de ser adulto, com roupas de gente grande que não são minhas, fazendo cara de muito ocupado enquanto escrevo um post ou leio meus ê-malas?

quarta-feira, setembro 01, 2004

Rapidinhas

- Nova política da casa: “Só vou gostar de quem gosta de mim.” (Filosofia RobertoCarliana);

- Quero estagiar num local onde eu possa me vestir como quiser e ainda chegue alguém e me diga “I really like your sense of fashion!”;

- O que é estágio senão brincar de ser gente grande?

- O que é a desilusão de perceber que a brincadeira não tem mais graça?

E, como não tenho nada de bom para escrever aqui nesta budega saltitante, vou invadir o blog do Firula e divagar sozinho.

sexta-feira, agosto 27, 2004

A respeito das disputas entre seleções brasileiras e norte-americanas

VAI SER LOIRO NA PUTA QUE TE PARIU!!!

Vida de passageiro

É impressionante como as ruas do Rio são esburacadas! Eu, como motorista já havia percebido isso ao tentar desviar meu carro dos ditos cujos. Mas é como passageiro de ônibus que eu sofro mais.

Sim, porque trabalhar na Barra e morar no Catete tem dessas: você leva uma hora pra ir e de uma hora e meia a duas horas para voltar. Algo precisa ser feito neste tempo. Minha escolha? Dormir. É claro!

Mas acontece que eu ando tendo dificuldades para manter-me em alfa. Não sei se é por sacanagem do motorista que faz questão de impedir qualquer um de dormir ou ler no ônibus, mas eu sei que aquela porcaria fica sacolejando o tempo todo.

E eu, que gosto de dormir com a cabeça encostada contra a janela, sinto todos os buracos na minha têmpora. Acaba que eu não consigo dormir, fico cansado e ainda fico com dor de cabeça!

Essa vida de passageiro de cata-corno é foda! E, como diz o ditado: “Todo o castigo pra corno é pouco!”!

quinta-feira, agosto 26, 2004

Com relação ao multiply

CHEGA!

Não suporto mais essa chatice de sites de relacionamento. A partir de agora não mais entrarei em qualquer outro genérico do orkut ou do icq/msn, blogs, fotologs, e-grupos, rifas ou jogo do bicho!

Toda vez que entro na internet perco bem 40 minutos só conferindo minhas 4 contas de ê-mala, meu blog e os outros 5 que eu leio, mais fotologs, mais orkut e nunca ganho a porcaria do radinho de pilha na rifa do prédio!

Não dá pra ficar nesta ansiedade de comunicação que as pessoas estão, querendo se mostrar ao mundo o máximo possível, esperando que o mundo comente e retorne qualquer espirro que você dê! Preciso de tempo pra entrar na internet e fazer outras coisas.

Tipo estudar. Ou “ler o jornal”. Ou visitar um sitezinho de sacanagem. Poxa, depois de passar uma década checando aquela lista toda lá em cima e responder a todas as mensagens para mim, fico sem paciência pra fazer qualquer outra coisa na internet.

Serei um recluso digital, nômade da rede, um pária da internet. Quer falar comigo? Liga pra mim!

terça-feira, agosto 24, 2004

Sem moral

Eu perdi completamente o respeito de tudo e de todos. Ninguém mais me leva a sério. Eu sou mesmo a mulherzinha da relação.

Todo mundo sabe que, entre eu e a Carol, quem realmente veste as calças é ela. Eu sou sempre quem dá a última palavra: "sim, senhora". Mas daí a ser sacaneado pelo computador é demais!!!

A Carol entrou pro multiply (pessoas que me pediram pra ser meus amigos no multiply: eu não entrarei no multiply - explicação em outro post). E resolveu me mandar um convite para que eu entrasse também.

Acontece que o multiply é um programa muito mais legal que o orkut. Ele possui várias formas de caracterizar seus relacionamentos. Aparentemente você pode odiar uma pessoa de diferentes maneiras.

Bom, a carol colocou que era casada e que iria mandar um ê-mala convidando seu cônjugue pra se juntar à ela.

Aí eu recebo um email que diz: "Pedro Rocha, your husband has invited you to join Multiply".

Em resumo, nem a porra do computador me respeita mais...

Eu não entendo a necessidade que as mulheres têm de segurar os peitos de tempos em tempos

Eu sei que como homem-que-volta-e-meia-dá-uma-coçada-ou-uma-arrumada-no-saco eu não deveria questionar as mulheres. Mas nosso saco coça. E precisa ser ajeitado pra não ser esmagado quando sentamos ("sacudo sim, e daí!?").

Mas e as mulheres e seus peitos? Não fazem muito sentido. não há pelos pra fazer coçar (salvo as exceções). Não precisam ser ajeitados quando se vai sentar.

E, no entanto, lá vai mais uma mulher: tá conversando com outra pessoa e, como a coisa mais normal do mundo, pões as duas mãos no peito em forma de sutiã meia-taça, dá uma levantadinha de leve, dá uma olhadela e termina com uma leve afirmativa de cabeça com uma expressão na cara de "You go girl!".


Mas o pior de tudo é que eu fico olhando. Que nem um paspalho...

quinta-feira, agosto 12, 2004

Foi ridículo!

Sabe quando você tenta correr, mas não sai do lugar. Parece que você está em câmera lenta? Pois é. Eu disse pro meu corpo “Corre, desgraçado! Você consegue!”, mas ele me ignorou.

Pior! Para força-lo a obedecer minhas ordens, fui e coloquei o peso do meu corpo pra frente, de modo a ter que balancear o peso correndo mais rapidamente. Só de sacanagem, ele vai e me faz cair, pateticamente, sozinho e ainda me lanhar todo.

Agora é guerra! Meu corpo tem se recusado a me obedecer, então vou domá-lo!!! Academia já! Ele vai ver o que é bom pra tosse!!!

sábado, agosto 07, 2004

Transbordando

Meu amor por você ultrapassa todo o sentido do absurdo, consegue ser indescritível enquanto palavra, mas perfeitamente legível na forma de ação. Mas o pior é que ele cresce. Constantemente.

E chega o momento em que ele é tão grande que não cabe mais no meu corpo. Neste momento eu preciso passar pra você um pouco do que está dentro de mim, pedir sua ajuda para guardar dentro de você a insuportável dor de amar sem limites.

E nós nos juntamos e nos abraçamos e nos beijamos e nos acariciamos e nos amamos. Mas aí eu percebo que o seu amor também te preenche por completo, que você também precisa dividir comigo o peso desta paixão. E então, no momento em que meu amor não cabe mais dentro de mim, ele tenta ir para você – ao mesmo tempo em que ocorre a mesma coisa no seu interior.

E assim, sem ter mais para onde ir, nosso amor se encontra no vazio à nossa volta e explode, acabando com o mundo inteiro. Como a explosão de uma supernova, um evento único em todo o universo fadado a jamais se repetir em toda a sua glória.

Enquanto o mundo se reconstrói, nós dormimos abraçados. Um Adão e uma Eva, dormindo durante os sete dias da criação do mundo, só a espera do tempo voltar ao seu curso natural para acordarmos.

Shhhh! Deixe Deus fazer o trabalho Dele. Nós estamos cansados demais para acordar do nosso repouso pós-destrutivo...

sexta-feira, agosto 06, 2004

Troféu Jóinha

Você não gosta mais daquela pessoa. O que fazer? “Terminar com ela”, seria a resposta. A questão é que isto não é uma resposta, mas sim uma enorme e fedida dúvida!

Como acabar com uma pessoa? Eu já acabei com pessoas das mais diferentes formas. Algumas boas, outras nem tanto...

Houve uma vez em que eu decidi acabar com a menina numa quarta-feira. Liguei para ela a fim de marcar de nos encontrar. Assim que ela atende, fala “Você lembrou! Que bom, você lembrou!”. Aparentemente era o aniversário dela...

Tem sempre também aquele fim de caso ao estilo Exterminador do Futuro. Você a leva até a porta do apartamento, conversa, explica e termina. Espera o elevador e ela ainda está na porta, olhando para você. Abre a porta do elevador e ela ainda lá, olhando. A porta do elevador fechando, ela lá e você, sem saber mais o que fazer, põe o braço para fora e dá um tchauzinho. Enquanto a porta vai fechando de encontro a seu braço, você o puxa como o Shwarzneger (é assim???) afundando no metal derretido ao término do filme. Pra completar a total referência cinematográfica que lhe ocorre maldosamente naquele momento, segundos antes da porta se fechar por completo e você puxar sua mão para não se machucar, você fecha a mão e levanta o dedão, fazendo o sinal de OK.

Ou de Troféu Jóinha, se preferir...

segunda-feira, agosto 02, 2004

Benegripe

Você já percebeu que não pode soltar um Atchim que já vem alguém dizendo que “tem uma gripe que tá derrubando todo mundo”? Não importa a época do ano – tem sempre uma gripe que tá pegando todo mundo!

E por mais que você não veja mais ninguém gripado, há sempre uma virose deixando todos gripados. Ficam todos apreensivos, saem de perto de você como se você fosse um leproso. Procuram tampar bocas e narizes na esperança de se protegerem do maldito vírus da gripe.

E a gripe do momento é completamente diferente daquela da semana passada – ela é mais forte! Sempre! Tem-se sempre que tomar muito cuidado com ela!

Pra mim isso é uma teoria de conspiração jogada na sociedade pela indústria farmacêutica. Vem um cara e cochicha pro outro, que fala com a vizinha fofoqueira e aí já era... Pela quantidade de comerciais de antigripais que eu vejo na tv, eu diria que é uma estratégia que está funcionando muito bem!

George Orwell é que tinha razão: o futuro da humanidade pode ser visualizado pela imagem de uma bota prensando um rosto contra o chão, pra sempre. E nesta bota estará escrito “Benegripe”.

Aliás...

Mais alguém leu “1984” e, depois de assistir ao filme, ficou super decepcionado porque o rosto do Big Brother não era igual ao do Super Mario?


Ou fui só eu?

terça-feira, julho 27, 2004

Guerra dos sexos

A guerra dos sexos, na minha opinião, é algo muito idiota. Não entendo muito bem a diferença que há entre homens e mulheres, fora a questão XX e XY. Porque, de resto, são todos iguais...

São todos inseguros, adoráveis, ciumentos, maravilhosos, invejosos, perfeitos e completamente disfuncionais.

Mas, devo admitir que a questão genealógica tem um peso, eu diria, interessante: enquanto os homens querem o que pertence às mulheres, elas querem o que a nós pertence.

Sim, se eu fosse mulher provavelmente, numa noite de inveja incontrolável, esperaria meu parceiro dormir e tomaria seu bilau para mim! Cortaria fora e o guardaria com todo o cuidado, meu maior tesouro!

E não entenderia de modo algum as reclamações de meu namorado. Aquilo era tão precioso para ele quanto o seria para mim. Uma mulher sem um pau é como um homem sem um par de seios.

Isso porque eu – já que não sou uma mulher, mas sim um homem e já tenho meu instrumento – me controlo para não agarrar a todo momento os peitos de minha namorada. Eles me atraem profundamente, como dois imãs apontando minhas mãos e boca em sua direção.

Eu quero, eu preciso, eu necessito deles para mim, são meus bens mais preciosos guardados nela.

Mas nada mais deliciosamente maldoso e pervertido da parte do Criador – tornar aquilo que um mais sente como indispensável para sua existência parte de seu oposto em gênero. É Sua maneira de dizer “Guerra dos sexos? Pra quê? Juntem-se e aproveitem-se!”.

E eu assino embaixo!

sábado, julho 24, 2004

Ai ressaca filha da puta!

Engraçado como a bebedeira te provoca algumas reações inusitadas no dia seguinte. Além do enjôo e da dor de cabeça, vem aquela caganeira.

Mas o pior de tudo nem é isso! Não sou uma pessoa de comer frutas, legumes ou verduras. Como já disse anteriormente, essas coisas naturais me fazem mal.

Mas, após uma noite de perdição etílica, eu tenho impulsos no dia seguinte de comer esses bagulhos. Eu avanço na salada, como uma frutinha ou duas e ainda tomo vitamina de muitas frutas! Acho que é uma forma de compensar o meu corpo pelo estrago que eu fiz na noite anterior...

"Vem, agora vou te alimentar direitinho e você vai ficar bem de novo. Prometo que nunca mais vou beber. A partir de hoje, vou me alimentar direitinho pra fazer você feliz."

O pior de tudo é que ele cai nesse papo de malandro! Meu corpo é muito otário mesmo... Eu, se fosse ele, me recusaria a melhorar e me deixaria uma semana de ressaca.

Corpo burro!

terça-feira, julho 20, 2004

As geladeiras possuem um defeito de fábrica crucial!

Eu descobri isso hoje, quando fui ver o que tinha pra comer.

Eu tava deitado no sofá da sala, assistindo televisão, quando me bateu uma fome. Depois de muito brigar contra a preguiça, levantei-me e fui ver o que tinha na geladeira. Eu a abri e.... NADA!

Isso mesmo: NADA! Eu estava esperando que saísse lá de dentro vários pratos prontos, um mais magnífico que o outro, perfilando na minha frente ao estilo “A Bela e a Fera”!

Todas as comidas dançando, cantando, marchando em minha direção e implorando para serem devoradas por mim. “Me escolha! Não, escolha a mim! Eu não tenho cebola! Olha como sou fogosa – eu tenho pimenta!”. Seria mais ou menos o que eu visualizo quando vou a um restaurante self-service...

Mas não! A comida permaneceu parada, presa em seus vários e minúsculos tapewares. Não há como sentir vontade de comer nada dessa forma! Meu tesão alimentício foi se esvaindo até que eu desisti de vez.

Mas também, como você pode avaliar decentemente o que há para comer na geladeira se ela não está arrumada como em um bufê, pelo menos? Você fica procurando algo delicioso lá dentro e tudo o que encontra são aquelas comidas murchas e geladas... Blergh!

E você ainda vai ter que se dar ao trabalho de requentar! Ou preparar algo, o que é pior ainda! Não é a toa que eu abro a geladeira à procura de comida e não acho nada. Ali tem tudo, menos comida!

O dia em que serei mais feliz (“mais feliz” talvez não, mas estará definitivamente no meu TOP 3) é o dia em que inventarão a geladeira na qual se guarda alimentos arrumados e quentinhos. Só a espera de serem saboreados! Sweeeet!!!

segunda-feira, julho 19, 2004

Fim de semana

Meu pai viajou de sexta a domingo, deixando a casa só pra mim. É claro que eu chamei minha mala-metade pra ficar comigo. O que resultou numa revelação ótima! Nesse fim de semana eu tive um vislumbre de como será minha vida morando a sós com a Carol.

Na sexta, resolvemos alugar um filme: “Lost in Translation” (o título em português não faz jus ao título original). Bom, fomos na locadora, mas só tinha em DVD. Alugamos mesmo assim e levamos pra minha casa, crente que iria rodar no meu computador.

Bom, além de o meu drive de cd não ler DVD (apesar de eu ter afirmado categoricamente que o fazia), não consegui botar pra funcionar o drive do computador do meu pai. Assim, à uma da matina, resolvemos que queremos realmente assistir ao filme e partimos para a casa da minha mãe.

Chegando lá, tenho que tocar a campainha para entrar (quebrei a chave tentando usá-la na fechadura da casa do meu pai). Minha mãe atende a porta puta e morrendo de sono, dá um esporro e volta a dormir. O filme é tão bom quanto eu lembrava.

Sábado minha mãe chamou a gente pra ir assistir a um filme na casa dela. Comprei várias comidas (sempre no cartão dela) e parti pra lá. Filei comida, bebi vinho e ainda assisti a filminho...

Mas o melhor: depois do fim do filme, minha mãe foi dormir. Eu e a Carol, que estávamos de olho na macarronada que a gente viu na geladeira, roubamos com a tigela e tudo e levamos pra casa do meu pai. Café da manhã? Advinha!

Domingo? Retorno do meu pai no meio da foda. Mudança pra casa de mamma. E o saldo de um fim-de-semana ótimo!

E-mail de minha mãe (pra mim e pra Carol):
“onde está o meu macarrão que seria o meu almoço de hoje.

Vocês seqüestraram é?
Sacanagem...
Beijos
Ana”

segunda-feira, julho 12, 2004

Por que comprar papel higiênico com cheiro de pêssego?

Até a última vez que eu conferi, meu cu não sentia cheiro algum...

sábado, julho 10, 2004

Uma semana de estágio

Medo!

Primeiro dia: sou apresentado às pessoas. Todos me recebem com um
“Bem vindo! Que bom que você está aqui!” tão entusiasmado que eu fiquei com medo. “O que essas pessoas querem de mim?”, pensei. Teve gente que chegou até a me abraçar! Pessoas que eu nunca havia visto na vida. Mais parecia que estava sendo recebido numa igreja evangélica como o mais novo convertido...

Segundo dia: Chego e encontro com uma mulher que eu não havia conhecido no dia anterior. Ela é linda, mas tem um pé enorme! Muito simpática me entrega um manual de políticas, cultura organizacional e organização da Shell América Latina. Um calhamaço de 500 páginas, em inglês, com uma porrada de abreviações e siglas que eu não faço a mínima idéia do que sejam. Ela me diz, com a maior naturalidade do mundo, que era bom eu dar uma lida pra ficar a par da organização. A Bíblia da Shell.

Todo mundo acredita no que faz. Todos são super entusiastas das políticas da Shell, de como a empresa é boa para com o funcionário e que tudo está muito bom. É como se fosse uma religião: a Gestão Empresarial! E são todos fanáticos.

A diversão do ano é a festa de natal da companhia. Parece que essa é a única oportunidade das pessoas se divertirem “fora do escritório”. Músicas - eu diria gospell, mas na verdade são "músicas de escritório" -, brincadeiras saídas de dinâmicas de grupo e bebidas, muitas bebidas!

Acho que o pessoal já sacou que eu não estou muito empolgado com o que a Shell tem ou não como política para os funcionários. Acho que eles perceberam que eu não me entusiasmo nem um pouco com cultura organizacional ou com o organograma funcional, o quão eles são inovadores.

Será um estágio solitário. Eu e aqueles personagens saídos diretamente de “Os Invasores de Corpos”.

segunda-feira, julho 05, 2004

Sobre o piquenique?

Somente um comentário:

Eu sei que faço jus aos inimigos que adquiri.
Mas não sei se mereço os amigos que possuo.


E tenho dito...

sexta-feira, julho 02, 2004

Meia-metadinha

Presentes são coisas bem interessantes. Você os recebe, teoricamente, para fazer VOCÊ feliz. Mas se não é do seu gosto, ainda assim você tem que sorrir e fazer de conta que adorou.

Teve uma vez, num amigo-oculto, que uma menina me deu um par de meias. Eu peguei aquilo e pensei “Meias? Como assim?”. Aí ela veio e falou pra eu abrir pra ver se cabia. “Bom, tá certo que eu sou grande, mas as meias são elásticas, né?”

Quando eu abro é que vem a surpresa: era uma meia pela metade. Uma meia-metadinha! Rapaz, eu fiquei muito espantado. Acho que cheguei a perguntar pra que servia aquilo. Calcei o tal protótipo de meia, que só coube até o calcanhar, e fiz cara de “muito satisfeito”.

Mas realmente, pra que serve uma meia pela metade? Ainda descobri que vale mais do que uma meia inteira! Como? Tem metade do pano!

Pessoas fashion vieram me dizer que é pra você colocar quando estiver usando sapato com bermuda, pra meia não aparecer. Mas aí é só dobrar a meia...

Isso não faz o menor sentido! E eu ainda sou chamado de jeca! Esse pessoal não tem o que inventar mesmo...

segunda-feira, junho 28, 2004

Mães são pessoas de pouca fé

Mães são pessoas de pouca fé. Elas não crêem nos mistérios da vida, nos dogmas da natureza, nas idiossincrasias absolutamente factuais (peguei pesado!).

A minha me perguntou o porquê de eu acordar atrasado pra ir à faculdade. Eu respondi: “Não sei, mãe. São coisas que acontecem e ninguém sabe explicar.”.

Aí ela veio com um discurso cético de que era porque eu fico acordado até tarde na Internet ao invés de ir dormir. Pura retórica de quem não acredita nos mistérios da vida...

Tentei explicá-la que não era nada daquilo, mas sim algo incompreensível pela mente racional, somente explicado através da fé pura e cristalina. Assim como na Santíssima Trindade o Pai, o Filho e o Espírito Santo são unos e ao mesmo tempo três partes diferentes, eu não consigo explicar com um motivo racional como é que toda manhã eu chego atrasado na faculdade. Simplesmente É ASSIM!!!

Mas nããão! Além de me acusar de blasfemo e heresiarca (isso vindo de uma mãe que não batizou seu filho até hoje), veio me dizer pra parar de inventar estórias (ainda existe essa palavra???) e tratar de dormir mais cedo.

Como posso conviver com alguém de tamanha ignorância mística? É por isso que o mundo não vai pra frente...

PARABÉNS AMOR DA MINHA VIDA POR UM ANO DE MARAVILHOSAS BESTEIRAS E INCOMPREENSÍVEIS RACIOCÍNIOS!

Aguardo ansiosamente por outro ano de suas besteiras online.

Ama muito! Você é a última coca-cola gelada do deserto para mim!

Pedrin

sexta-feira, junho 25, 2004

Engraçado como eu recebo alguns comments muito estranhos!

No post da comida de cachorro, teve o do Diogo "vai dar meia horinha dessa bunda vai...". Poesia pura! Ainda não entendi se isso é bom ou ruim...

E no post do arroto teve um que foi praticamente um dadaísta nato: "uhhhhhhhh", assinado: uhhhhhhhh. Maravilhoso! Uma construção frasal digna de Emmanuel Kant!

Continuem assim!!!

quarta-feira, junho 23, 2004

O "grito" de liberdade

Engraçado como há pequenos gestos e ações que uma pessoa faz que pode significar algo maior. Arrotar, por exemplo.

Imagine-se em casa, finalzinho da tarde assistindo televisão e tomando coca-cola. De repente você sente aquela vontade de arrotar. Instintivamente você subleva sua vontade e prende o arroto para sair bem baixinho pra ninguém notar.

Mas aí você lembra de um detalhe: não há ninguém para notar. Você está só em casa. Tudo que acontecer naquele momento é só entre você e as paredes.

Aí vem o pequeno ato de grande significado. Num impulso libertador você enche o peito de ar, abre a boca o máximo possível e solta aquele arroto. Um grito de independência da sociedade, os sons da liberdade ecoando a sua volta. Praticamente Tarzã na selva!

Satisfeito pela sua demonstração de força, tal qual Simba no filme O Rei Leão, você volta a sentar-se em frente à tv sentindo-se o rei da cocada preta. Então, começa a sentir os sinais de que mais outro rugido está por vir, que o deus do trovão uma vez mais se manifestará, quando toca o telefone.

Incomodado você pensa “Quem ousa perturbar a paz reinante?”. Você atende e é a sua namorada. Ou sua mãe. Ou sua avó. Enfim, qualquer mulher que você conheça e que definitivamente não aprova seus impulsos contra-civilizatórios.

Instintivamente você recolhe seu berrante e arrota pra dentro, engole sua liberdade. Diminui-se no seu próprio reino. Aquele momento de emancipação masculina foi-se, esvaiu-se por entre os dedos. Depois daquela ligação você não se sentirá mais confortável para fazer o que bem entender...

Por isso, você deve aproveitar esses efêmeros momentos! Isso! Arrote quando estiver sozinho! Faça isso por todos nós, homens, encoleirados por uma sociedade ocidental judaico-cristã opressora!

HOMENS, ARROTAI!!!

domingo, junho 20, 2004

Vida de cão

Você já viu esse novo comercial de ração pra cachorro? Aquele que fala que essa nova ração vem com pedaços de carne que dão um sabor e um cheiro especial? Poxa... me deu a maior vontade de comer aquilo.

Sério! Cara, eu sou muito suscetível à comida na televisão. Eu vejo pessoas comendo bosta. Se elas estiverem gostando, eu também vou querer comer!

Por exemplo, sabe aqueles filmes medievais, em que tem sempre como comida uma sopa, que mais parece uma gororoba saída de um orfanato a la Oliver Twist? Um negócio meio marrom, que é pastoso e os personagens comem molhando um pedaço de pão completamente duro nele? Pois é. Queria tanto provar... O pacote todo: a gororoba, numa tigela e um pão duro pra acompanhar. Sweeeeet!

Por isso, não é à toa que eu fiquei com vontade de comer essa nova ração. O único problema é que eu nunca tinha desejado comer comida de animais antes.

Mas vamos e convenhamos, aquela tigela de ração parecia muito apetitosa! Aliás, parecia muito melhor do que muitos P.F.s que eu já comi lá no centro.

Acho que quando eu começar na Shell vou comprar um pacotinho de ração, misturar com aquelas carnes enlatadas pra cachorro (nham!) e levar pra comer na hora do almoço. Porque, com certeza, vai ser mais gostoso e muito mais nutritivo do que qualquer P.F. que eu coma.

quarta-feira, junho 16, 2004

Oi, meu amor

Eu queria te contar um segredo. Na verdade, foi algo que aconteceu comigo hoje à tarde, enquanto você estava trabalhando e eu não pude falar contigo.

Não foi nada demais, algo com que você deva se preocupar ou comemorar. Foi apenas um incidente, algo que aconteceu rapidamente e acabou. Bem efêmero.

Mas eu acho algo muito legal. Porque, no final do dia, são as pequenas coisas que importam e fazem do nosso dia, da nossa vida, algo interessante.

Eu estava sentado ao computador, fazendo trabalhos da faculdade e escutando músicas. Na verdade eu estava é jogando algum desses jogos do Windows e me enganando que fazia trabalhos.

Mas, por um instante, eu me vi levantando o olhar da tela do computador. Olhei direto pra você. Aquele retrato que você está sorrindo, deitada na grama que havia no laguinho.

Foi só por um instante. Não foi nem por um segundo. Mas eu só sei que eu sorri. E não consegui parar de sorrir por um bom tempo.

Às vezes é bom perceber o quão apaixonado eu sou por você. Eu só queria compartilhar esta alegria com a menina mais linda do mundo.

“You are so beautiful, to me. Can´t you see?”

segunda-feira, junho 14, 2004

Máxima

O que me faz lembrar de uma máxima de um ex-professor meu (gordo, é claro):



"Se no mundo só houvesse gordos, as pessoas seriam mais próximas."



Bibi, minha humilde contribuição para o seu acervo de piadas.

Brigando com a própria classe

Ir a um show na praia me inspirou!

Eis que surge uma campanha, um mote, quase um pedido:


CAMPANHA "SE VOCÊ É GORDO, NÃO VÁ A SHOWS!"

Muito obrigado.

sexta-feira, maio 28, 2004

Definições

Definição de local bom para leitura – Assento acolchoado, bem iluminado (geralmente pela luz do teto e a que fica em volta do espelho), encosto em ângulo acima de 80º e boa ventilação.

Definição de momento para leitura – É o momento em que não se consegue mais segurar, o chamado para o ato foi feito e não há mais como resistir ao seu desejo. Suspiros estrondosos ou aromáticos também são bons indicativos de que o momento de leitura chegou.

Definição de “final não planejado” da leitura – É quando chegou-se ao término do livro e percebeu-se a falta de papel para “observações finais”. Nestes casos, páginas do livro são sacrificadas para que a leitura tenha um final seguro e asseado.

Definição de leitura rápida – Aquela com livro pequeno e de fácil leitura. Ex.: “É um livro pequeno. Dá pra ler em uma cagada.”

quinta-feira, maio 27, 2004

Momento mágico!

Estou eu andando pelas ruas da Tijuca (é claro) quando avisto uma menina vindo na direção contrária.

Ela parecia uma dessas
cheerleaders, loira, com um corpão de causar inveja e bonita. Andava parecia que estava numa passarela, o mundo a seus pés.

Num movimento gracioso, com ambas as mãos arruma seu cabelo, jogado em seu rosto pelo vento. Um perfeito comercial de xampu.

A não ser por um detalhe: ainda segurando o cabelo para trás, aquela donzela (licença poética, é claro) incha o peito e do fundo da garganta dá uma cusparada. Daquelas que é grossa e cai girando num eixo imaginário para se esparramar na calçada como se estivesse chovendo Geleca Maluca do céu.



Post em homenagem à série de posts ainda por serem criados, mas já elaborados pela minha metade-cara a serem chamados “A gente se vê na Tijuca”.

sexta-feira, maio 21, 2004

Pello Menos (por favor!)

Por que mulheres feias e com pernas cabeludas são sempre roqueiras?

Por que mulheres nordestinas usam sempre um bigode a la Errol Flyn?

Por que mulheres com cabelos no peito insistem em usar decote?

Por que mulheres de bunda cabeluda adoram mostrar o cofrinho (também cabeludo)?

Por que mulheres com costeletas usam cabelo curto?

Por que mulheres com cavanhaque existem???

quarta-feira, maio 19, 2004

Pra garantir

Bom, segundo me disseram na Shell, antes de começar a estagiar vou ter que fazer um exame contra álcool e drogas.

A moça que fez a seleção avisou que quem bebe uma cervejinha no fim de semana não precisava se preocupar. Então nesse quesito estou livre.

Eu estou preocupado mesmo é com a questão de drogas. Não sei quando que vão me chamar pra fazer o exame e sei muito menos quanto tempo uma droga fica no sangue antes do corpo metabolizar.

Assim sendo, desde já não mais irei às aulas do Federman, não mais comerei no sujinho, jogarei futebol com o Calil e não vou mais assistir a “Malhação”.

Eu tenho que me garantir, né...

terça-feira, maio 18, 2004

No meu entender não há ato mais atroz, mais vil e pusilânime no mundo do que peidar na escada. Este é um ato digno de um Mengele ou um Zyclon renascidos!

Imagina, você ta subindo, com sua cara direcionada pra arma do sujeito da frente e de repente o tiro – vai direto na sua narina. Mais fácil que isso só peidar em bombinha de asmático!

E você fica lá, indefeso contra essa agressão. O peido saindo aos poucos pela calça e você tendo que acompanhar. Você e as pessoas atrás de você também. Sim, porque o que passa por você é captado pela pessoa de trás. E ela ainda acha que a culpa é sua!!!

O pior é que não dá pra parar! Imagine-se saindo do metrô na Carioca, entupido de gente, e um negócio desses acontece. Se você para no meio da escada, você é derrubado e pisoteado até a morte!!!

Eu acho que deveria haver um botão de emergência nas escadas do metrô, do tipo daquele que tem dentro do vagão. Em caso de algum problema, você aperta o botão e a composição para. Assim, quando você estiver subindo as escadas e sentir os primeiros sinais do ataque, você aperta o botão e todo mundo à sua volta e atrás para.

Se der, ainda poderiam instalar junto um exaustor automático. Ou uma rolha de cu...

segunda-feira, maio 17, 2004

Computador é o carro da nossa geração.

É isso aí que você leu: o computador é o carro de nossa geração. Eu percebi isso ao parar pra pensar sobre o que eu gastei a minha primeira grande quantidade de dinheiro: num computador novo!

E quase todos os meus amigos também! Juntaram uns dois mil, três mil reais e compraram um computador foda.

Quando nossos pais eram da nossa idade, tudo o que eles pensavam em comprar era um carro. Juntavam uma merreca, compravam um carro usado, e passavam as manhãs de domingo consertando alguma coisa de errado no motor.

Hoje não. Todos os meus amigos têm ou sonham com um computador. E, aqueles que já possuem um, passam as noites de domingo tentando consertar algum erro fatal que o Windows cometeu.

E como a gente ODEIA as telas azuis de “o seu computador cometeu um erro fatal” Ele se autodestruirá em dez segundos levando todo o seu trabalho de configuração da tela de trabalho do Windows! Quando você finalmente conseguiu encontrar a combinação de cores ideal, a tela de fundo com a imagem que diz tudo, uma tela de descanso perfeita e o seu nome em todos os programas bunitinho.

Nossos pais adoravam seus carros fudidos que eles compravam. Lavavam todo final de semana, compravam produtos só pra deixá-los mais bunitinho e até davam nome pra eles. Eu já vi um amigo do meu pai alisando o carro dele e falando “Agora você está lindo, meu garoto.”.

Pois é. Agora, pra eu sair com a Carol tenho que esperar ela terminar de fazer a desfragmentação diária, passar todos os 13 antivírus e limpar o teclado. Alegria dessa é ter que reformatar o bicho.

Pra você ter uma idéia, outro dia eu fui ensinar minha mãe como fazer pesquisa no Windows XP. Quando o programa terminou de fazer a pesquisa e não encontrou nada, o cachorrinho, que fica cheirando o chão durante a pesquisa, avisou que não conseguiu encontrar nada, minha mãe vira e fala pro monitor: “Tudo bem. Você fez um bom trabalho.”!!!

Isso sem contar o Hazel que deu nome pro computador dele, o que causou inveja em todos os outros nerds que lêem o blog da Carol.

Bom, como eu não posso fugir do determinismo, fecho esse post por aqui e vou dar uma volta no meu Negão – o Pentium 4 todo preto que comprei.
É isso aí! Foi confirmado hoje que irei trabalhar na Shell. E isso significa só uma coisinha: CA$$$HING!!!

Sim, porque eu vou trabalhar 20 horas por semana e ganhar aproximadamente 700 barão. Mais o que a minha metade-cara vai ganhar, que é o dobro (sim são os novos tempos, a mulher conquistando o seu lugar no mercado de trabalho), a gente vai estar rico!

Tá, não é pra tanto, mas a gente está pensando em arranjar um carro...

Quem sabe não será meu fuscão preto conversível, com buzinas “La Cucaracha”???

sábado, maio 15, 2004

Eu acho que alcancei um novo nível em termos de kit pela-saco. Quando eu menos esperava, quando eu achava que o kit original era tudo que eu poderia ter e almejar, do nada me aparece uma nova categoria. E um admirável mundo novo se mostra ante meus olhos.

Tá, mas o que é o kit pela-saco? Bom. Tudo tem início na pós-ignorância (créditos merecidos a Charles B.). Tem sempre aquela banda, que você conhece da rádio, sabe quais são algumas das músicas mais famosinhas (na verdade você só sabe os refrões das músicas mais famosinhas) e que todos os seus amigos curtem? Você não curte tanto quanto eles, mas você quer se integrar no grupo.

Como fazer então para não ser pego como um perfeito
faker? Você compra o kit pela-saco!

Nele você encontra: um cd de best hits (se a banda for antiga, você provavelmente comprará também o cd de best hits 2), o acústico da MTV, o cd com o último show deles e, no caso deles tocarem no Brasil, uma camisa que diz “eu fui ao show”.

Sim, com este kit você estará preparado para tudo! Eu adoro este kit, embora nunca tenha comprado camisas de shows... Se você for repara nos meus cds, o que eu mais tenho é coletâneas e acústicos.

Afinal de contas, quem precisa saber tudo sobre a banda que gosta? Basta saber o que todo mundo gosta...

Eu era feliz assim. Mas agora eu encontrei uma nova categoria, um outro nível: o kit pela-saco de filmes!!!

Sim! Eu assisto a Pulp Fiction e copio o cd com a trilha sonora. Sim! Eu assisto a Clube da Luta e leio o livro que originou o filme. Em inglês!!!

Não há como ser mais pela-saco que isso!!!

quinta-feira, maio 13, 2004

Você sabe aquela pessoa que está sempre na sua frente quando você está com mais pressa? O carro na sua frente parou num sinal vermelho no Maracanã às 11 da noite. Você, que está atrasado pro forrozinho no Monte Líbano, pisca o farol repetidas vezes pra ver se o cara se toca e sai da frente pra você passar. Quem esse cara pensa que é, ficar assim na sua frente, te impedindo de seguir seu caminho? E ele ainda insiste em ficar parado até o sinal abrir!!! Pra piorar, ainda é um lerdo sem tamanho que demora anos pra sair com o carro e acelerar.

Muito bem. Esse cara sou eu. Odeio esses idiotas que ficam piscando farol alto no meu espelho retrovisor!!! Quando alguém faz isso comigo, das duas uma: ou eu diminuo a velocidade de propósito (ou demoro a sair, se parado), ou eu dou um jeito de emparelhar com outro carro e deixar o cara fulo da vida atrás da gente, preso.

Ah, vai piscar o farol na puta que pariu!!! Tá nervoso!? Então enfia dois dedos no cú e rasga!!! Aproveita e dá um lacinho em cima da cabeça...