quarta-feira, dezembro 07, 2005

From the boy who never gets old

To die shall be the ultimate adventure

quinta-feira, outubro 27, 2005

O poder

Ele estava apenas acompanhando os amigos – eles viviam lhe torrando a paciência que saísse com eles, pois, desde que começou a namorar ficou sem tempo pra turma. É verdade. Pra ele, a diversão bastava ela.

Mas seus amigos, todos solteiros ou descompromissados com suas namoradas, não compreendiam muito bem isso. Para satisfazê-los apareceu na boate naquela noite. A bem da verdade que era só pra pararem de lhe pentelhar, mas que importava? Lá estava ele, com os amigos, como nos velhos tempos de caça.

Mentira. Não era como nos velhos tempos. Simplesmente porque não estava à caça. Não ficou o tempo todo procurando mulheres em quem dar uma cantada. Ficou curtindo a música e seus amigos. Nesta ordem.

Em determinado momento percebeu que um a um seus amigos tinham se agarrado com alguém num canto escuro da pista de dança. Não que isso lhe incomodasse (cria até que dessa forma era melhor), mas o último que restou ao seu lado não tinha a menor previsão de sair dali.

Em outros tempos, eles seriam os últimos a conseguir mulher – provavelmente nem conseguiriam. Por isso tinham um acordo de cooperação: um ajudar ao outro o quanto pudesse. Ele não estava mais no jogo, mas isso não o impedia de ajudar a seu amigo.

Quando chegou a hora não pensou duas vezes. Seu amigo lhe apontou uma dupla de meninas e falou “vou na loira, vc conversa com a morena.” – “Ok”. E lá foram eles. Seu amigo se apresentou pra loira enquanto ele puxou assunto com a morena.

Alguma coisa estava diferente. Ele não apresentou o nervosismo habitual – falar com uma menina demandava um enorme autocontrole, elas eram maravilhas da natureza e ele apenas um pobre mortal. Como pode o pobre mortal conversar com a plenitude da beleza?

Mas naquela noite isso não ocorreu. Conversou de igual pra igual com a morena. Seu amigo continuava suando em bicas, tentando se convencer que merecia aquela beldade pra poder convencê-la a ficar com ele. Mas ele não, apenas conversava.

E nisso ele era bom. Ficou conversando um bom tempo. Seu amigo levou seu fora de costume, mas ele nem percebeu, continuou conversando com a morena.

Como aconteceu isso? De onde veio essa confiança? Não, não era confiança. O que faltava era o peso da obrigação de ser bem sucedido, de catar uma mulher. Sem isso, ele apenas era simpático, tinha um papo interessante e educado.

Ele não sabe como aconteceu. Em determinado momento ele se percebeu num emaranhado de braços e pernas, línguas e dedos, boca e mais boca. Quando acabou, levantou-se e olhou a cena: ela de bruços, suada e com restos dele entre as pernas.

Olhou pra si e viu a si mesmo encolhendo após o ato, quase como que com vergonha do que tinha acabado de fazer. Não sabia se era por isso que encolhia, mas ele tinha certeza de que estava com vergonha. Piorava a situação aquele corpo de bruços, como se fosse um cadáver com uma poça branca entre as pernas.

Rapidamente buscou uma toalha e, com muito cuidado, a colocou sobre a bunda dela, cobrindo a sujeirada toda. Sentiu-se um pouco melhor. Havia escondido a cena do crime.

Bastava agora explicar-se como tudo ocorrera. Como contar para a namorada? O que contar para namorada?

A verdade é que não fora ele quem fizera aquilo. Fora seu eu confiante, seu eu “já tenho mulher, não preciso de você”, seu eu “você é apenas como uma garrafa de cerveja: para ser sorvida e jogada fora”. E era isso, percebeu naquele momento, que lhe faltava em suas noites de caça.

Mas já sabia que não adiantava saber, precisava sentir. E, com o crime cometido, sabia que não poderia mais sentir aquilo, não seria mais verdadeiro. Perdera seu poder, logo agora que mais precisava: perderia sua namorada em breve, já sabia.

Assim, compreendeu que era esse o seu fardo como homem: só ter poder sobre as mulheres quando estiver comprometido. Usar do poder é perdê-lo...

terça-feira, julho 12, 2005

Versando

Tenho medo de quem necessita

Pois quem não precisa toma

Somente o que lhe interessa

Deixando de lado o que não lhe soma

Quem necessita, precisa

Tomando o que primeiro visa

Sem tempo pra escolher

A necessidade tem pressa em se satisfazer

A pressa leva à violência sem cabido

Ato de tomar, com desespero

Recuperar algo nunca pertencido

Sabendo ser seu o tempo inteiro

Como um cego com medo do escuro

Não temos escolha senão suportar

A dor de quem lhe põe em apuro

Para seus apuros suportar

No momento de desagrado incontido

Somos pegos de fingida surpresa

Sob as ruas o barulhento estampido

Na cidade que de predador virou presa

Quando o toque do celular não atendido

Um para cada mão sem vida

Vindo do londrino à procura do ente querido

Faz a mórbida sinfonia do necessitado que precisa

segunda-feira, junho 13, 2005

Se vc...

...quando come uma fatia de pizza sempre arruma de modo que a ponta fique na sua direção...

...quando come um sanduíche no EmeCêDonalds sempre o posiciona para que a parte que tem gergilim fique pra cima na hora da mordida...

...não consegue comer no bandeijão sem tirar seu prato de cima da bandeja...

...sempre deixa aquela comida que vc mais gosta separada no prato para comer por último...

...tira o miolo do pão francês antes de comer só pra poder comer no final...

...odeia que comam do seu prato...

...odeia que bebam do seu copo que você acabou de encher...

...deixa um docinho na geladeira pra comer à noite, antes de dormir e sempre percebe que alguém comeu...


...então você tem sérios problemas! Evite comer acompanhado ou mesmo comer na rua.

Faz o seguinte: passa lá em casa levando a comida pra nós dois que eu não dou a mínima pra essas coisas, ok?

Pedrin - ajudando a quem precisa...

segunda-feira, junho 06, 2005

Na verdade eu ia escrever um post todo sentimental

Na verdade eu ia escrever um post todo sentimental e tals (bem gay!). Cheguei até a escrever. Mas como o blogger resolveu apagá-lo quando eu tinha terminado, sem antes ter salvo, achei que era uma mensagem divina e escrevi uma besteira pseudo-engraçada como sempre....

TOC

Certo, você está se sentando no ônibus (ou metrô, ou cinema, ou, ou, ou) e percebe que na sua frente há uma mulher. Uma mulher de cabelo mediano. Uma mulher de cabelo mediano e preto. Uma mulher de cabelo grande e preto que veste uma camisa branca.

Entendeu o problema? Não. Bom, sorte a sua! Porque quem for como eu já está imaginando a cena por completo e se contorcendo de nervoso.

Essa mulher estará, claramente, cheia de cabelos soltos, em destaque contra a blusa branca. Todos aqueles cabelos ali, na sua frente, lhe afrontando como quem diz "ha-ha, você não me pega!". E você, ao alcance de um braço daqueles desgraçados, fica ali, impotente frente ao seu desconhecimento da dona-da-frente.

Pra piorar a situação eu aposto - APOSTO - que ela também deixou a etiqueta da camisa para fora! Argh!!!

Seu primeiro impulso, é claro, é meter o mãozão e resolver a situação. Mas não dá! O decoro e os valores da família brasileira não me permitem... Mas a mão ainda chega a poucos milímetros (milésimos de milímetros) da mulher.

Aí você fica ali naquel dilema, com as mão coçando, os olhos que não conseguem se fixar em outro lugar, sofrendo com aquela visão!

Particularmente, eu mudo de lugar. Tem gente que pede licença, avisa da situação, que tem sérios problemas psicológicos e pede pra pessoa resolver a questão. E tem outros que ataca e não quer nem saber. Deixa só me pegarem num dia que eu estiver da pá virada...

terça-feira, maio 17, 2005

Ando meio desligado, eu nem sinto meus pés no chão

ou e agora?

Qual é o problema das convicções?
É que quando elas se mostram erradas,
tudo o que resta é vazio.

Lamento o tempo perdido.
Felicito-me pelo tempo ganho.

Só preciso encontrar um novo azimute pra mim.

domingo, maio 15, 2005

O Teste

ou posso colar de você?


Questão 1) Eu gosto de fazer o quê?

Questão 2) Eu sou bom para fazer o quê?

Questão 3) Quais são as coisas que eu faço bem e que eu gosto de fazer?

Questão 4) Dá para se viver disso (resposta questão 3)?

sexta-feira, maio 13, 2005

Não julgue o livro pela capa

ou fala por si só...


Você cortaria seu cabelo em um salão que se chama "Joselito's Coiffeur"?

Primeiro: se tem coiffeur já tá fora da lista - a mairia nem sabe que porra é essa. Coloca só porque acha que combina. Fazem uma mistura desgraçada de inglês com francês.

Segundo: JOSELITO'S. Joselito!!! Como assim!? É muita coragem!!!

Um lugar como esses me desperta cenas de "Os três Patetas" junto com a versão da Warner (com o pernalonga e o troca-letras) de "O Barbeiro de Sevilha"...

Sério, preciso falar mais? Trazer referências de Hermes e Renato? Acho que não.

Entrando no espírito "ECO - 3 anos de... (de quê mesmo?)": o nome fala por si só* !









* - todos os direitos reservados a Maurício "Tá malhando, cara?".

quarta-feira, maio 11, 2005

Aula de marketing direto

ou coisa de gordinho


Quatro da tarde, em casa, sem estágio, sem paciência, sem ter o que fazer = fome!

Ok, vamos ao árabe. A amiga falou outro dia e fiquei com vontade mesmo. Hummm esfirra de queijo....

Me veja uma esfirra por favor? Ei, o cara colocou duas. Será que ele ouviu errado? Bom, tanto faz, é só eu comer a minha e deixar a outra lá. Ele não vai ter como me cobrar por algo que não pedi.

Deliciosa. Cada pedaço preenche meu vazio interno de forma altamente satisfatória. Além de matar minha vontade de comer.

Ei, tem outra esfirra no prato. Eu sei que só pedi uma, mas essa segunda esfirra, sozinha no prato, faz uma cena tão desoladora...

Não! Eu vim pra comer só uma esfirra. Além do que, quando ela estava com a outra eu não queria nem saber dela. Mas agora que ela está só...


Fecha aqui pra mim? São duas esfirras...
Lá se vão dois dias seguidos nessa

sexta-feira, abril 22, 2005

Ih!

Acho que meu blog fez 1 (hum) ano...


ê!

terça-feira, março 29, 2005

O tempo passa, às vezes...

Ou o ano da bicha

Quando as pessoas me perguntam quantos anos eu tenho meu primeiro impulso é dizer 17 anos. Não sei o porquê, mas tenho a impressão de que é porque eu não senti o tempo passando nesses idos 7 anos de diferença.

Eu poderia dizer que é porque não aconteceu nada de importante neste ínterim, mas eu estaria me enganando. Eu sai do maldito CEFET, passei no vestibular, encontrei a mulher da minha vida, fiz novas amizades, acabei com antigas, engordei 20 quilos.

OK, tudo isso realmente aconteceu. Mas agora me parece tão irreal e sem importância. Fora o fato de ter conhecido minha metade-cara, que é algo importante e que ainda está acontecendo (e espero não acabe nunca), tudo foi muito rápido e indolor agora que eu penso a respeito.

Foi horrível o CEFET, um saco de chatice, demorou séculos pra passar e espero nunca mais ter que voltar , mas acabou. era. Moleza.

O vestibular não acabava nunca, eu nunca estudei tanto em toda a minha vida de vagabundo. Pressão, prova atrás de prova, adiamentos, espera e ansiedade. Acabou. Rapidinho. Nem doeu.

Amizades antigas se desfizeram com a mesma facilidade com que fiz novas. Pessoas legais. Todas elas. Eu recomendo. Mas acabou. Se foi. Novas estão . Por enquanto...

20 quilos vieram, não sei de onde, não sei por onde e nem como, mas tão . Daqui a pouco se vão. Espero. Se ninguém tivesse me apontado eu nem perceberia. Foi indolor.

Meu namoro-casamento dura. Esse dura. E deve durar muito tempo. Mais ainda assim não mudou minha idade.

Acho que cada coisa tem seu próprio andamento, sua própria velocidade relativa. Enquanto as coisas intermináveis se acabaram rapidinho e de forma tão indolor que nem me marcam mais, minha idade estacionou e está junto com meu namoro que tem quase 3 anos, mas ainda me sinto como se estivéssemos no primeiro (de tão gostoso que é).

Eu realmente vivi esses últimos 7 anos, fiz coisa pra caralho. Mas e daí? Eles ainda estão no meu 17º ano de vida. Talvez um dia eu mude de idade e tenha que pular uma caralhada de anos. Mas eu vejo o que faço...

Como eu me sinto?

Sair da Shell (que aliás se fudeu com essa parada na Argentina), finalmente largar uma gripe de três semanas e não ter que ir mais que ir pra Barra da Tijuca. Como eu me sinto agora?

ANTES TARDE DO QUE NUNCA!!!

Renton-boy


Which Trainspotting Character Are You?

segunda-feira, março 07, 2005

Pra ler

Tenho a impressão de que o melhor lugar para se ler um livro é debaixo da chuva. Sim, sentado num banco de parque com uma chuva média caindo em cima de você.

Por questões técnicas ainda não consegui colocar à prova minha idéia, mas acredito que quando eu experimentar não vou conseguir mais ler em lugar algum.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

O que é ser uma pessoa bem-sucedida?

Eu não sei.

É claro que eu tenho meus momentos, dou algumas bolas dentro e me dou bem em algumas situações. Mas eu não me sinto bem-sucedido. O que é mais importante: ser bem-sucedido ou se sentir bem-sucedido?

Pois algumas pessoas diriam que eu sou uma pessoa bem-sucedida. Eu passei em todos os concursos para estudar em colégios bons e grátis que fiz. Passei até para a faculdade. E emlugar! E daí? Foi bom conseguir estes feitos, fez bem pro ego. Mas não fez eu me sentir bem.

Eu consegui estágios bons e atualmente estou em um que várias pessoas gostariam de estar. E daí? Não vejo a vantagem disso. Fez um bem danado ao ego conseguir, mas não me sinto bem.

Vou acabar a faculdade e arranjar um emprego. Provavelmente bom (não excelente, bom). E daí? Será que eu me sentirei bem então? Acho que não.

As coisas e ações que definem uma pessoa bem-sucedida parecem não me dizer muita coisa, não me levam a uma satisfação pessoal. Eu não consigo ver a vantagem de ter estudado em bons colégios senão para conseguir fazer uma boa faculdade. Não consigo ver a utilidade de fazer uma boa faculdade senão pra conseguir um bom estágio. Não consigo ver a utilidade de fazer um bom estágio senão pra conseguir um bom emprego. Não consigo ver a utilidade de se ter um bom emprego senão...

Isso acaba? Será que desde que eu nasci minha finalidade é ter uma boa aposentadoria, ter filhos sem sentido, ter uma casa própria (que eu não levarei comigo no além-túmulo) e uma reputação de pessoa bem-sucedida?

Para quê?

Eu sei que esse post tá parecendo uma mistura de um diálogo de clube da luta com uma música do Raul seixas. Mas e daí? É assim que eu me sinto, é assim que eu me expresso. E se tem pessoas que se expressaram da mesma forma antes, significa que eu não estou sozinho...

E dessa história toda, de todas essas realizações e feitos, a única coisa que eu vejo sentido e que faz eu me sentir bem-sucedido é a minha metade-cara. A utilidade de conseguir encontrar alguém que lhe faça companhia e lhe ame da mesma forma que você a ama de volta é poder ter alguém para poder reclamar da vida até que ela se acabe (a vida ou a pessoa, o que chegar antes). No mínimo isso.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Quer uma?


AHHHHHH MULEEEEEEEEQUEEEE!!!!!!

sábado, fevereiro 19, 2005

O Infinito

Atingir o infinito é algo glorioso, algo que todos deveriam almejar. Vincular-se ao infinito, fazer parte deste todo inacabável é atingir a redenção. É nunca mais se preocupar com nada, não há mais problemas ou soluções, nada. Ser parte do tudo, é saber que nada importa.

No infinito, onde tudo se encontra, percebe-se que nada é realmente importante. Tudo é muito pontual e finito, tornando-se insignificante. Somente o tudo é importante, o resto não tem a menor importância.

Todo o resto se torna lembrança, uma vaga lembrança daquilo que foi, aconteceu e já acabou. No infinito, você finalmente consegue a força necessária para assassinar tudo e todos.

Sim, porque tornar um acontecimento uma lembrança, é matar esse mesmo acontecimento do presente. Você acaba com ele no tempo em que você se encontra, extermina-o da existência em que você se encontra e manda-o para o post morten que é a lembrança.

A todo o momento você escolhe matar uma pessoa, afastar-se dela voluntariamente, e poder para sempre deixá-la apenas desenhada na sua lembrança como aquela linha de giz que marca a silhueta do cadáver no chão sujo da cena do crime.

Um crime tão distante, tão absurdo e insignificante que você não precisa mais pensar nele. Pois você se encontra no infinito, e isso é tudo o que basta para você ter a sua vida e continuar com ela sem precisar olhar pra trás.

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Cuidado com a Goiaba

De todos os frutos e frutas existentes, muitos deles espinhosos e outros de gosto amargo, aquele que você deve tomar mais cuidado é com a Goiaba.

Sim, porque os espinhosos você percebe de cara essa sua característica, ele lhe machuca ao primeiro toque, lhe deixa rapidamente a par de que não quer que você chegue perto dele. Os amargos você pode até se enganar de início, achando que não tem problema, mas basta você provar destes que saberá, sem sombra de dúvidas que não prestam e você nunca mais repete a dose.

Agora, a Goiaba não. A Goiaba é uma fruta (ou fruto, não sei) sem espinhos, casca grossa ou qualquer outro artifício deste tipo. Ela é bonitinha, redondinha, de cheiro agradável. Sua primeira impressão é sempre muito boa e você acaba pensando “Que bonitinha!”.

Além disso, seu gosto é docinho, suave e agradável. Você prova dela e gosta. A segunda impressão que se tem da Goiaba também é sempre muito boa.

Freqüentemente a Goiaba pode estar bichada e é aí que está o problema: não há como saber disto antes de morder. Não é como a maça, que você vê o buraco por onde entrou o bicho-da-maçã. A Goiaba bichada continua bonita e cheirosa por fora, de gosto agradável e docinho por dentro.

Assim, ela é o fruto (ou fruta) mais leviano e enganador existente. Nunca confie na Goiaba! Por mais que sua primeira impressão seja boa, que em um segundo momento você também a ache legal, eventualmente ela lhe decepcionará e mostrará os vermes que a estragam por dentro.

“Como você sabe que a fruta que você está comendo está bichada?
Quando você encontra metade do bicho dentro dela.”

Eu encontrei metade do bicho na minha Goiaba.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

8 horas

Tempo o suficiente para fazer nada, por muito tempo e ficar cansado por isto. Tempo o suficiente para se degustar um G.G.Márquez com toda a calma do mundo. Tempo o suficiente para pensar que se está ganhando o dinheiro dobrado, para se trabalhar nada. Tempo o suficiente para se perceber que, mesmo emprestado para outra área da cia, não há nada a ser feito neste estágio.

Estou evitando ler em casa. Não quero ficar estressado por levar trabalho pra casa...

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Ctrl + Alt + Del

Essa é uma questão muito boa. É difícil perceber qual é o momento de continuar ou de começar de novo. Ambas são decisões difíceis e dolorosas.

É claro que a tendência é tentar continuar construindo em cima do que já foi feito, mantendo um certo padrão. Desta forma não se precisa repensar tudo, apenas “ajustar o curso”, lapidar um pouco mais diamante ata atingir a forma que você quer.

Por outro lado, é tentador (e assustador) vislumbrar a possibilidade de começar do zero. Às vezes, faz-se necessário destruir tudo o que já se construiu para que possa ir além. Dar um ctrl + alt + del, dar um reboot e “me levantar pelas botas”.

Neste momento, decidir entre construir por cima e destruir tudo e começar de novo parece ser aquilo que há de mais importante no mundo. E, no entanto, tudo do que eu mais fujo.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Processando...

Em 1995, Yuri Kasparov, sete vezes seguidas campeão do campeonato mundial de xadrez e tido como o maior enxadrista de todos os tempos, foi desafiado pela IBM para enfrentar seu mais novo computador. O DeepBlue era o computador mais potente da época, e foi o desafiante de Yuri.

O desafio teria sete partidas e seria o campeão aquele que vencesse o maior número de partidas. Na primeira, Kasparov venceu facilmente o computador. Chegou a achar que a máquina não era tão boa quanto seus criadores afirmavam.

Na segunda partida, Kasparov começou a jogar. Em determinado momento, após uma jogada dele, o computador parou. Ele simplesmente parou. De alguma forma, os cálculos que ele estava fazendo para chegar a uma conclusão sobre qual seria a melhor jogada a ser feita a seguir eram demasiado complexos.

A máquina ficou parada, processando as informações, sem conseguir mover-se adiante ou para trás, incapaz de sair de sua inércia. E lá ficou por 1h30, o que em termos de um computador tido como o mais rápido e avançado do mundo é uma eternidade!

Pois bem, como será atingir um ponto assim, em que não se consegue tomar uma atitude, sair de onde está. É como colocar um objeto no ponto cego do olho: está na sua frente, você sabe que ele está lá, mas não consegue enxergar!

Essa zona de penumbra da vida, este local da não-vida, onde se está vivo, mas não se consegue viver, é onde me encontro agora. Não consigo parar de processar qual será a próxima jogada.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

A Casa

All the lonely people
Where do they all come from?
Where do they all belong?

Lá está você de novo: a mesma rua, o mesmo dia nublado de nuvens esverdeadas carregadas de chuva. Dos dois lados da rua, casas com cercadinhos brancos saídos do subúrbio de “Edward Mãos de Tesoura”, gramados impecáveis e calçadas muito limpas e bem arrumadas.

As casas são as mesmas: primeiro aquela em forma de bola de futebol gigante – uma bola murcha, furada; em seguida uma formada por pequenas peças de lego, só que com várias peças faltando, parecendo frágil o suficiente para que seja preciso apenas uma leve brisa para derruba-la; depois uma casa que poderia ter sido desenhada por uma mistura de Mondrian com Picasso – Der Styhl e Cubismo unidos para formar uma aberração que um passeunte poderia confundir com uma pilha de destroços formada por traços retos e cores básicas; mais adiante uma casa apoiada nas costas de um homem (Atlas), ela é bem simples e arredondada, quase parecendo com um ovo.

Todas as casas estão lá como sempre estiveram. É certo que algumas delas são recém construídas, mas fazem parte do local como se sempre estivessem ali. Você também está bem certo que até você chegar ao final da rua, mais casa serão construídas e ficarão lá como se não pudesse ser de outra forma. Você não sabe direito de onde elas vêm, mas sabe que elas estão montadas em outra rua, esperando sua vez de virem para essa.

A chuva começa a cair. Aquela chuva de bílis, queimando a pele, mas não doendo (na verdade, a dor seria muito bem-vinda neste momento, uma companhia que ninguém poderia fazer melhor). Ao contrário do que se poderia pensar a pele não se desfaz. Para seu desespero, você fica intacto, fadado a observar o espetáculo de destruição que se passa.

As casas, todas, são completamente destruídas pela chuva – que queima, desmancha, desfaz casa por casa, não deixando nada em seu lugar a não ser a dolorosa lembrança de sua existência.
Lá está você de novo: a mesma rua, sendo destruída como em todas as vezes anteriores. Agora é esperar subitamente levantar da cama em um desesperado esforço para levar ar aos seus pulmões que gritam o silêncio de estar se afogando no seco. Mais um dia começa, mais uma noite por vir.

quarta-feira, janeiro 26, 2005

Emicídonaudi

Não vejo a menor graça em comer frutas. Na verdade, fico até um pouco incomodado com isso. Por que todo mundo fica tentando me convencer de que comer frutas é bom? Eu não acho.

Eu até acho gostosas algumas frutas, mas acho que não vale a pena comê-las. Imagine uma laranja: eu pego a laranja, descasco com cuidado, depois tiro aquela parte branca, separo gomo por gomo e ainda tiro o caroço pra ficar melhor. No final de tudo isso eu vou e dou uma dentada na dita cuja e ela está azeda.

Cara, eu perdi o que, uma hora preparando aquela porcaria pra chegar no fim ela ainda estar azeda! Sem contar o tempo que eu fiquei no Hortifruti escolhendo a laranja no meio de milhares de outras, brigando contra os velhos pra poder pagar e carregando o saco pesado pra casa!

Fala sério! Em menos de meia hora eu vou ao McDonald’s, faço meu pedido, sento na mesa e como. Não preciso ficar apertando pra ver se tá maduro, enfrentar as velhas, descascar ou descaroçar. Basta pegar, abrir a boca e mandar ver.


Fruta de cu é rola!!! A boa é Fast Food!!!