terça-feira, fevereiro 01, 2005

Processando...

Em 1995, Yuri Kasparov, sete vezes seguidas campeão do campeonato mundial de xadrez e tido como o maior enxadrista de todos os tempos, foi desafiado pela IBM para enfrentar seu mais novo computador. O DeepBlue era o computador mais potente da época, e foi o desafiante de Yuri.

O desafio teria sete partidas e seria o campeão aquele que vencesse o maior número de partidas. Na primeira, Kasparov venceu facilmente o computador. Chegou a achar que a máquina não era tão boa quanto seus criadores afirmavam.

Na segunda partida, Kasparov começou a jogar. Em determinado momento, após uma jogada dele, o computador parou. Ele simplesmente parou. De alguma forma, os cálculos que ele estava fazendo para chegar a uma conclusão sobre qual seria a melhor jogada a ser feita a seguir eram demasiado complexos.

A máquina ficou parada, processando as informações, sem conseguir mover-se adiante ou para trás, incapaz de sair de sua inércia. E lá ficou por 1h30, o que em termos de um computador tido como o mais rápido e avançado do mundo é uma eternidade!

Pois bem, como será atingir um ponto assim, em que não se consegue tomar uma atitude, sair de onde está. É como colocar um objeto no ponto cego do olho: está na sua frente, você sabe que ele está lá, mas não consegue enxergar!

Essa zona de penumbra da vida, este local da não-vida, onde se está vivo, mas não se consegue viver, é onde me encontro agora. Não consigo parar de processar qual será a próxima jogada.

Nenhum comentário: