sexta-feira, julho 03, 2009

Da masmorra à torre do castelo

Era uma vez uma menina que morava num calabouço. Ele era escuro e frio. Era cheio de mofo por tudo quanto era canto e mal ventilado. Não tinha janelas, nem luz do sol. Tinha certas partes dele que eram tão sujas que pareciam ter um chão de terra. Era verde que nem o vômito do Hulk e barulhento: dava para ouvir todos os outros moradores do castelo passando, conversando e até fazendo suas necessidades. Tinha sua própria assombração que volta e meia surgia na janela para passar toda a noite choramingando e gemendo. Um dia começou a cair uma cachoeira do teto no meio do calabouço. Era incrível como tudo seu parecia feio, sujo, velho, mal ajambrado e triste. Sua vida parecia como que embaçada.

Mas aí ela conseguiu fugir daquela masmorra e da bruxa má que era a dona dele.

E foi morar numa torre. Lá tudo é super iluminado e quentinho. Tudo é limpinho e arejado. É cheio de janelas, cheio de luz do sol. É novinho em folha. Todo branquinho recém-pintado e silencioso: só dá para ouvir o barulho dos pássaros e do vento. Os outros moradores do castelo são quietos e fazem siesta por toda a tarde. Tem sua própria banheira de hidromassagem. É incrível como tudo que parecia feio, sujo, velho, mal ajambrado e triste, agora parece lindo, limpo, novo, bem arrumadinho e feliz. Como a sua vida, que agora parece um brilho só.

E viveu feliz para sempre!