quarta-feira, setembro 30, 2009

Eu, sagaz e a secretária eletrônica

Venho flertando com a idéia de voltar a freqüentar uma psicóloga. A metade-cara tá curtindo a dona-moça lá dela me indicou alguém que poderia me ajudar: uma especialista em gestuais.

Não entendi exatamente o que isso significava, qual era a idéia que a médica de doido da patroa fazia de mim, mas acreditei que só tinha a ajudar.

A última vez que abri minha cabeça foi ainda no Rio e saí com um diploma de pessoa bem-resolvida. Excelente. Mas, aparentemente, isso não significa muito em terras porteñas.

No país com maior número de psicólogos por habitante [exatos 154 para cada 100.000 pessoas], minha leve ilusão de que minha sanidade mental carioca se estenderia para estes lados foi, no mínimo, inocente.

Sendo assim, estou há duas semanas com o número do telefone da tal da indicação da psi da Carol. Foi uma semana tentando lembrar/superar a preguiça/deixar de vergonha para ligar para a moça. E foi outra semana juntando forças para deixar recado na secretária-eletrônica.

Sim, porque ela não atende o telefone. Tem que deixar recado na vil secretária eletrônica.

Como eu odeio esse bicho!

Eu odeio secretária eletrônica. Nunca tive, nem nunca terei. Não deixo recado na secretária dos outros, não deixo recado de voz no celular dos outros e não ouço os recados de voz do meu celular. Nunca li.

Se você já deixou [ou pensou em deixar] um recado de voz no meu celular, saiba que é o mesmo que nada. Desculpe, mas é.

Acho que eu liguei umas 15 vezes já pra mulher esperando que ela atendesse o telefone e desligando quando atendia a secretária. A essa altura do campeonato, ela já deve estar achando que tem um tarado perseguindo ela. Ou um paciente novo.

Só sei que hoje fiquei sabendo que ela NUNCA ia atender o telefone simplesmente porque ela NÃO ATENDE o telefone. Como ela não tem secretária, pra marcar consulta com ela, só deixando recado na famigerada máquina.

Juntei forças, ensaiei a frase, treinei em frente ao espelho do banheiro do trabalho [o pessoal que entrava e saía deve ter pensado que eu estava ensaiando a coisa certa], respirei fundo e disquei.

Atendeu a maldita. Esperei acabar o recadinho e mandei ver:

“Hola, me llamo pedro y me gustaria tener informaciones para tratamiento psicologico. Mis contactos son: xxxxx. Agradezco desde ahora, Pedro.” – Crédito para a metade-cara.

Feito isso, agora basta lidar com a minha ansiedade à espera de me ligar para marcarmos minha consulta.

Quem sabe ela consegue resolver alguns dos meus problemas psicológicos...

P.S.: Ah! Fui procurar no word em espanhol do trabalho sinônimos para a palavra psicóloga: conocedora, experta, especialista, perspicaz, sutil, sagaz, consejera. Espero que algum destes sinônimos sirva.

terça-feira, setembro 29, 2009

Golimar-mar-mar

Depois de Rivaldo Sai Desse Lago, meu novo herói e guru indiano se chama Golimar – mar – mar.

Ele é demais! Ele é tudo o que o Michael Jackson qui ser e só conseguiu hegar perto. Mas Golimar – mar – mar conseguiu. Ele é o cara.

Behold............. GOLIMAR – MAR – MAR!!!




Enquanto tentam resistir ao encanto de Golimar - mar - mar, sugiro dar uma conferida nos vídeos associados a esse, como o "Indian Superman" [tosqueira pura] e "Tônico com Guaraná" [o comercial não veiculado da série "comidas com guaraná"].

segunda-feira, setembro 28, 2009

Os pessoal são tudo estranho

As pessoas podem dar sinais de serem muito diferentes do que nós pensamos ser o normal. Recentemente, eu tive a oportunidade de vivenciar isso um pouco.

Primeiro uma notícia que escutei no rádio.

[Antes que qualquer BrunAlberto possa me execrar por não buscar a informação correta, devo dizer que escutei no rádio e estou escrevendo o que lembro da notícia, e não a informação completa.]

Bom, o Faith No More vai fazer uma turnê pelo Brasil e fez algumas exigências para o seu quarto de hotel ficar mais aconchegante. Primeiro, exigiu que o quarto estivesse repleto de revistas de sacanagens “as mais pervertidas possível”. Não bastava ter sacanagem, tinha que ser a coisa mais suja, mais porra-louca e criativa possível.

Não contente, resolveu que precisava de umas toalhas brancas “macias como o pelo de filhotes de coelhos numa manhã de verão”. What the porra?! Fala sério! O maluco pede as paradas mais pesadas de pornografia e despois me vem com essa descrição da sua toalha. beleza, cada um com o seu fetiche e se ele quer fantasiar que um filhote de coelhinho está ali no momento, o problema é dele. mas isso é muito maluco.

*****

Dito isso, conto um episódio do que aconteceu ontem, na casa da Mari. Estava a brasileirada toda lá quando ela resolveu mostrar sua mais nova hóspede: uma pomba que tinha feito um ninho e tido um filhote num vazo de planta na sua varanda.

Os penta-campeões todos estavam todos babando no bicho, felizinhos com o milagre da vida quando o namorido argentino de uma das meninas se intera do que está acontecendo.

Na hora, da forma mais espontânea possível, ele solta logo um “Uma pomba? Isso já aconteceu na janela da minha casa. É uma merda! Expulsa logo e joga o filhote pela privada!”

Acho que isso marca a diferença entre porteños e brasileiros: o bom-humor excessivo dos hermanos.

*****

Depois de falar dos outros, falo um pouco de mim. Continuo um pouco pra baixo, mas bem mais pra cima do que na semana passada.

Chega de olhar pra baixo; melhor olhar pra frente. Então estou tentando direcionar um pouco a minha vida e planejar o que fazer com o meu futuro. Acho que devo à moqueca da Mari meu princípio de bom-humor.

No momento, acho que vamos passar as férias no sul da Argentina, curtindo umas montanhas, a patagônia, os glaciares, alguns pinguinos e uma viagem de ônibus de 22 horas. Haja bunda.

*****

Por fim, aproveito para lançar a campanha nacional de “Abaixo O Frio Escroto”! Já chegou a primavera, mas o inverno não quer soltar o osso.

Chega!

Que venha o calor sufocante, o suor excessivo, as musculosas [nomes para as camisetas sem manga] e a piscina do prédio de 2x2 metros que vai bombar!

sexta-feira, setembro 25, 2009

Eu tento, mas nego não deixa...

Vou dizer que cheguei no trabalho hoje com boa vontade, decidido a não me estressar com pequenezas do dia-a-dia e nem com modus perandis distintos entre os colega de selvício tudo.

Até aí tudo bem.

Mas o bom humor foi por água abaixo quando eu leio um arquivo sobre um programa policial em que matam uma grávida de 8 meses e descrevem, com detalhes, por onde passaram todas as 9 balas atiradas contra a pobre senhora. Inclusive a que deu cabo da sua gravidez.

Aí não dá. Não tem bom-humor que agüente.

Não vou dizer que estou de mau-humor, mas devo dizer que não estou mais animado.

Numa tentativa de animar um pouco a vida dos outros, aí vai um vídeo ótimo que me enviaram e que tem tudo a ver com os últimos temas do blog da minha metade-cara.

Segue o momento youtube pra vocês.

Glúteos zero

Acho que eu já escrevi sobre esse tema, mas e daí?

Aqui em BsAs a mulherada não tem bunda. Não tem. Nada. Não tem culote, não tem bunda caída, não tem cintura às vezes.

E isso faz uma falta danada. Eu sei que pode parecer machista, falta de respeito para com as mulheres e com a minha esposa também. Mas não é que ue fique olhando pra ver o que tem no cardápio. É só uma questão cultural. Você vê uma pessoa bonita, você olha, ela chama atenção.

E eu percebi que faz muito tempo que uma bunda me chama atenção. E isso é triste. É como se faltasse algo nas mulheres daqui. Até nos comercias as mulheres desbundadas aparecem balançando aquela parte onde termina as costas e começam as pernas. Não é à toa que não existe a palavra “bunda” em espanhol, existe cu [culo] e seus derivados [como rabo – cola].

E os porteños adoram uma bunda. Todos admiram as bundas das brasileiras. As revistas de mulé pelada todas têm sempre uma mulher de costas ou de quatro com a [falta de] bunda arrebitada.

Ou seja, a bunda é valorizada.

Mas as mulheres adoram seus peitos. Os homens também, mas as mulheres parecem que gostam mais. Conheço uma que nesse pequeno período em que estive aqui colocou seu implante de lolas [peitos] e umas outras tantas que já peguei conversando sobre fazer o mesmo. Já li no jornal que as boates de Mar del Plata davam como brinde para as mulheres que entrassem antes da meia-noite uma cirurgia de implante! Isso é bizarro!

Agora, se as mulheres das revistas de putaria, com todas as suas lolas gigantescas, mesmo assim aparecem na capa empinando a [completa e absoluta falta de] bunda, por que todas insistem em colocar seus air bags?

Deveriam investir em implante de glúteo! Ou de culote, sei lá! Mas de qualquer coisa que faça com que os homens possam olhar para alguma coisa conforme sobem a escada e não apenas quando descem.

Isso ou vou importar calças da Gang e ficar rico! Elas [e eles] estão precisando disso urgentemente!

[Ah! Esse post vale por quinta. O de sexta eu escrevo ao longo do dia]

¿Por qué?

Bom, nesta semana tem feito um frio meio escroto do tipo 4 graus durante a noite e 10 de dia. O que me leva a crer que San Pedro, o São Pedro argentino, é um sacana e fez a segunda-feira aqui ser uma lindeza só, uma pintura de bonita só de engana-trouxa por ser o primeiro dia da primavera.

[Como esse post era pra ter saído na quarta-feira, vou comentar de assuntos daquele dia – ou seja, esse não conta pra quinta.]

Estava eu esperando a van que leva do meu trabalho para perto da minha casa junto com as outras pessoas argentinas do trabalho. Algumas eu conheço e trabalho diretamente, outras eu falo bom dia e até amanhã todo dia, mas não faço idéia de quem sejam. Devo admitir que não sei o nome de ninguém, independente de conhecer ou não. Mas isso já é outra história.

Fato é que a van demorou 10 minutinhos pra chegar e ficamos do lado de fora do edifício esperando ansiosamente pela sua presença.

Enquanto isso, batia um vento gelado e o sol já tava nos seus finalmentes, o que significa que devia estar fazendo uns 7 graus de sensação térmica. 7 graus!

Eu comecei a xingar. Não é possível! Que frio é esse! E essa van que não chega e tudo o mais.

As pessoas que me conhecem riram e tudo o mais com aquela cara de “esse brasileiro que só sabe o que é praia vem pra cá e fica reclamando quando bate um friozinho”. Até é verdade que eu não sei o que é frio [eu odeio frio], mas aquela galera também estava batendo queixo.

Algumas das pessoas que não me conhecem se acercaram pra entender por que aquele cara com sotaque estranho reclamava tanto. Então tive que contar a minha história portenha: por que saí do Brasil, há quanto tempo estou aqui, se eu gosto de viver aqui etc.

A verdade é que eu tenho esse papo quase todo dia – as pessoas ficam curiosas de saber de onde sou porque, afinal, meu sotaque é estranho pra elas e contar essa história repetidas vezes não muda muito isso.

Mas dessa vez, alguém finalmente me fez uma pergunta pertinente, mesmo que apenas para aquele momento. Me perguntaram se estava valendo a pena morar aqui em BsAs.

Cara, eu parei pra pensar, ali no meio da rua, esperando o cara da van que estava atrasada porque fecharam algumas avenidas por causa de protestos [que têm todo dia], naquele frio de casa da Xuxa, e respondendo à mesma pergunta pelo caralhésima vez e pensei “humm, acho que não. Queria muito mais estar no calor sufocante do Rio.”

Mas aí eu lembrei do porquê de ter vindo para cá. A minha metade-cara continua valendo a pena. Sem discussão. Sem pensar duas vezes. Sem nem hesitar na hora de responder. Adoro a nossa vidinha zona sul que vivemos aqui, num bairro lindo e tranqüilo, num apartamento lindo e futuramente bem decorado, com nosso filho argentino que só entende português e nossos futuros filhos que nascerão por essas terras pra poder terem mullets [porque só assim mesmo um filho meu, com o meu cabelo, poderá ter mullets na vida].

terça-feira, setembro 22, 2009

Nada não...

Acho que não existiria JB FM se não fosse o Phil Collins, o Simple Red, a Ana Carolina e a Adriana Calcanhoto.

Café con pedos

A vida no trabalho tá um pouco cheia, um pouco chata, um pouco deprimente.

E, apesar da primavera ter começado ontem com um dia lindo de solzinho agradável e flores pelas ruas, foi tudo um grandessíssimo engana-trouxa: o frio e tempo nublado com chuvinha irritante não nos larga. E isso só torna tudo um pouco mais deprimente.

Tenho dormido pouco e estou cansado com o tanto de coisa a ser feita em casa, no trabalho, no tempo que quero ter para curtir com a metade-cara e nosso filhote, comigo mesmo. Não tenho nem assistido aos filmes que baixo e às séries que consegui com amigos. As séries que vejo estão na sua última semana e semana que vem voltam outras tantas que vejo. Não durmo o tanto que gostaria e nem o tanto que deveria.

E enquanto espero meu café de máquina vagabunda ficar pronto no trabalho, leio o mural de recados e anúncios na copa do selvício. E me impressiono com a quantidade de anúncios de psicólogos, de spas relaxantes [e de karaokês, mas isso não tem nada a ver com esse post, então ignorem o que eu acabei de escrever] junto com textos de Mário de Andrade e outros correlatos hermanos sobre como a vida é bela.

É bom saber que não sou o único deprimido na empresa e que a argentinada toda à minha volta também anda por aqui como zumbis em Residente Evil esperando a Milla Jovovich vir nos matar.

Então voltei para o meu workspace quicando e peidando de café para bostar isso: tenho um bom motivo para não estar escrevendo há algum tempo por aqui: estou com pouco tempo para escrever e pensar no que quero dizer até que acabo esquecendo o que queria falar.

Vou tentar voltar a escrever, um bost por dia, só pra pegar no tranco até ter alguma coisa legal pra escrever. Enquanto isso, cafés e peidos estão no cardápio de acontecimentos do dia.