quarta-feira, junho 23, 2004

O "grito" de liberdade

Engraçado como há pequenos gestos e ações que uma pessoa faz que pode significar algo maior. Arrotar, por exemplo.

Imagine-se em casa, finalzinho da tarde assistindo televisão e tomando coca-cola. De repente você sente aquela vontade de arrotar. Instintivamente você subleva sua vontade e prende o arroto para sair bem baixinho pra ninguém notar.

Mas aí você lembra de um detalhe: não há ninguém para notar. Você está só em casa. Tudo que acontecer naquele momento é só entre você e as paredes.

Aí vem o pequeno ato de grande significado. Num impulso libertador você enche o peito de ar, abre a boca o máximo possível e solta aquele arroto. Um grito de independência da sociedade, os sons da liberdade ecoando a sua volta. Praticamente Tarzã na selva!

Satisfeito pela sua demonstração de força, tal qual Simba no filme O Rei Leão, você volta a sentar-se em frente à tv sentindo-se o rei da cocada preta. Então, começa a sentir os sinais de que mais outro rugido está por vir, que o deus do trovão uma vez mais se manifestará, quando toca o telefone.

Incomodado você pensa “Quem ousa perturbar a paz reinante?”. Você atende e é a sua namorada. Ou sua mãe. Ou sua avó. Enfim, qualquer mulher que você conheça e que definitivamente não aprova seus impulsos contra-civilizatórios.

Instintivamente você recolhe seu berrante e arrota pra dentro, engole sua liberdade. Diminui-se no seu próprio reino. Aquele momento de emancipação masculina foi-se, esvaiu-se por entre os dedos. Depois daquela ligação você não se sentirá mais confortável para fazer o que bem entender...

Por isso, você deve aproveitar esses efêmeros momentos! Isso! Arrote quando estiver sozinho! Faça isso por todos nós, homens, encoleirados por uma sociedade ocidental judaico-cristã opressora!

HOMENS, ARROTAI!!!

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