terça-feira, janeiro 12, 2010

A fauna porteña

http://www.dosisdiarias.com/Chegou o verão. Sol, praia, água de coco e cervejinha estupidamente gelada para matar o calor.

Tudo isso é muito bom, mas não temos por essas bandas aqui, não.

Aqui, verão é sinônimo de comerciais da Quilmes, reclamações de que “não está quente, o que mata é a umidade” e de fauna porteña mostrar suas caras.

De uma hora para outra, nosso apartamento foi invadido por toda sorte de insetos. A parede da sala não tem um dia que fique sem uns mosquitinhos borrachudos pequeninhos chatos para caraleous como se a pobre parede estivesse como uma catapora negra.

Agora, os mosquitos de verdade é que são o bicho – sem duplo sentido. O Rio que sempre foi a morada preferida do transmissor da Dengue nunca me apresentou o tal do Aedes Egipti – pelo menos eu nunca tinha visto. Mas aqui, ao caçar mosquitos pela casa, eu percebo que todos têm lá as listrinhas no corpo. Eu, que pensava quando via os cartazes de prevenção da Dengue no Rio que nunca notaria listrinhas em um bicho tão pequeno, não consigo mais parar de notar as roupinhas de irmãos metralha dos seus primos porteños.

O Chimi, como bom caçador que é, faz sua parte e vive correndo atrás de um bicho ou outro. Geralmente abelhas. Acho que ele criou um certa antipatia pelos fazedores de mel quando do seu primeiro encontro, ao ter sua curiosidade de saber que gosto que tinha aquela coisinha que voava substituída por uma forte dor de um ferrão preso no lábio por horas até a gente perceber e tirar. Desde então, é só ver uma abelhinha voando que ele já parte pro ataque. E nós, ao vermos que ele fica retorcendo os lábios, já vamos logo tirar o ferrão.

Mas tem companheiros de moradia que até o Chimi não encara. Outro noite, estávamos tranqüilamente sentados na sala quando percebo uma cigarra voando do quarto, passando por cima de nossas cabeças e parando na porta de vidro para a varanda com um sonoro “TOC”. Qual não foi o meu susto duplo quando a Carol deu um berro histérico e saiu correndo para se trancar no quarto e eu percebo que aquele 747 que tinha entrado na minha casa era uma barata voadora enorme. FU-DEU! O Chimi rapidamente ficou atrás de mim avaliando suas opções e eu com a responsabilidade de me livrar do visitante inconveniente.

Sem saber o que fazer, acho que fiquei um bom tempo encarando ela e ela me encarando. Se eu jogasse um chinelo, além de sujar toda a porta e potencialmente minha parede branca, ainda corria o risco de errar e aquela havaiana tamanho 44/45 podia levantar vôo de novo e partir pra cima de mim.

PARÊNTESIS – segundo fontes de informação carolinísticas, não se deve berrar ao entrar em contato com uma barata do tipo voadora. Tal inseto tende a seguir o som, o que pode levá-lo à fonte dos gritos: sua garganta.

Bom, depois de ficar um tempo considerando minhas opções, resolvi que minha melhor arma seria o aspirador de pó. Era garantia de manter a cucaracha presa até decidir o que fazer com ela. Peguei minha arma, coloquei o máximo de extensões possível no cano e parti para cima da Kafka.

Até que foi fácil pegar a Kafka – fica a dica: melhor amigo contra baratas voadoras é o seu aspirador de pó. Uma vez presa no aspirador é que foi o problema. Não dava pra simplesmente jogar fora todo o equipamento – sugestão de Carolina – ou deixar o bicho lá dentro eternamente até morrer de inanição – sugestão de Pedro. Então, juntei toda a minha coragem, agarrei o spray bagon da vida, abri o depósito do aspirador de pó e esvaziei a garrafa de mata-inseto dentro. E fechei. E deixei lá.

Mais tarde, voltei para averiguar o resultado da manobra e lá estava a enorme barata morta dentro do saco de dejetos do aspirador de pó. Aí foi questão de jogar fora o saco e seguir com a vida como se nada tivesse acontecido. Foi apenas mais um contato imediato de primeiro grau com um objeto voador infelizmente identificável.


Um comentário:

Ju disse...

Hahahahah

tadinho do chimi!!!

Adoro essas soluções inteligentes de como pegar baratas!! (e qq outro tipo de objeto voador não identificado).

No outro dia, como estava sozinha em casa, achei melhor deixar a casa toda aberta, e eu sair de casa!

bjoks