Todo país possui os ícones que formam a identidade dele. São personagens, reais ou imaginárias, que personificam o que é ser daquele país. Na Argentina também é assim.
Se você vier a Buenos Aires, provavelmente passará pelo Caminito, um superestimado favela-bairro que consiste de duas ruas cheias de lojas de lembrancinhas, restaurantes com dançarinos de tango te servindo e sósias do Maradona.
Neste lugar, é possível perceber em tudo o que é vendido que há uma preponderância de quatro personalidades que são a essência Argentina. Estão em todas as camisetas, bolsas, imãs de geladeira e pôsteres.
São eles: Maradona, Evita, Mafalda e Homero. Quem é Homero? É o Homer Simpson. Sim, aqui por essas bandas os Simpsons são um sucesso absurdo e o Homer(o) é rei.
Se houvesse uma arrumação dessas personalidades por ordem de importância, da maior pra menor, ficaria assim: Maradona, Homero, Evita e Mafalda. Sim, Homero só perde pro Maradona [difícil competir com a “mão de Deus”] e fica à frente da Evita [foi mal Madonna].
Isso é muito engraçado, porque no Brasil Simpsons também faz um certo sucesso [não tanto quanto aqui, mas tem seus fãs]. Só que o personagem do desenho que é mais admirado e reproduzido é o Bart, o filho fazmerdinhadaestrela. Não sei se por sua característica de malandro e que sempre tenta se dar bem ou se simplesmente por efetivamente só fazer merda, é ele quem tem um maior apelo ao público brasileiro.
O que isso diz do argentino então? O que faz do Homero um personagem tão querido e admirado, aquele com que todo argentino se identifica? Seria sua burrice? Sua barriga de cerveja? Sua incompetência? Sua capacidade de se dar mal o tempo todo? Todas as anteriores?
Quem sabe? Fato é que vou comprar minha camisa da “Revolución Homero” [uma em que ele aparece estilizado como se fosse o Che] e me misturar na multidão.
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