segunda-feira, dezembro 01, 2008

A incrível confiança da merda por acontecer

Quando eu era mais moleque [e 30 quilos menor], eu costumava ir muito à praia. Vivia lá com uns amigos.

Não gostava muito de ficar só de sunga – achava, e ainda acho, que é muita exposição das mixarias das pessoas. Então sempre colocava uma bermuda de surfista por cima.

Bom, uma vez lá estava eu na praia, recém-chegado e feliz de estar ali. Eu me senti o rei da praia, como se não houvesse outro lugar no mundo onde pudesse estar naquele momento.

Como tinha um dinheiro no bolso, resolvi ficar só de sunga pra cair na água. Com toda a certeza no mundo do que estava fazendo fui e baixei a bermuda de uma vez. Dobrei direitinho e coloquei sobre o chinelo pra não sujar muito de areia.

É engraçado como, quando você está prestes a cometer uma besteira, você não pensa nem por meio segundo que poderia dar errado. Você está totalmente confiante de si, crente que você é tão bom que nada pode dar errado no mundo.

Enchi o peito de ar, abri os braços e pensei comigo “a vida é boa! A praia é minha, meus amigos estão todos aqui e o sol está perfeito. Não há nada no mundo melhor que isso!”

Então percebi que havia muito frescor nas mixarias. Olho pra baixo e lá está meu cuecão Zorba [com aquele espaço por onde saía o passarinho da propaganda] exposto pro mundo apreciar.

Rapidamente me joguei no chão, vesti minha bermuda deitado na areia e decidi que aquele dia não tava bom pra praia, não, afinal de contas, e fui-me embora de lá. Não sei se alguém percebeu e nunca comentou comigo ou se passou em branco, mas aprendi minha lição.

Nunca acredite em si mesmo: a confiança é irmã gêmea da vergonha.


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