Nós, signatários deste manifesto, afirmamos através deste documento nosso total desprezo por todas aquelas pessoas que se dizem, ou são ditas como, boas de dança. Salientamos que todas estas pessoas são, em verdade, falsos dançarinos e repudiamos seus modos e técnicas uma vez que estes constituem uma ofensa à Música e à Dança. Deixamos claro que as pessoas que verdadeiramente sabem dançar, aquelas respeitam e amam a Música e a Dança devem levar os créditos por tal capacidade e dom. A seguir exporemos as provas que corroboram com nossas afirmações, além de apontarmos aqueles que devem ser decididamente reconhecidos como virtuoses e verdadeiros discípulos da musa da dança: as crianças e os bêbados.
1- Todos aqueles que se utilizam de quaisquer movimentos repetidos e seqüenciados como forma de dança não estão dançando de verdade, uma vez que tais movimentos podem ser reproduzidos por qualquer um independente da existência de uma música ao fundo ou não – Exemplos são Axé e Macarena;
2- Por movimentos repetitivos e seqüenciados caracterizamos qualquer movimento que possa ser reproduzido a qualquer momento, por qualquer pessoa, bastando tão somente um pouco de memória e treino para efetuá-los;
3- Assim sendo, deixamos claro que qualquer técnica de dança existente hoje em dia ou em qualquer época da existência humana pode ser e efetivamente o é repetitiva e seqüenciada, uma vez que pode ser reproduzida por qualquer pessoa e ensinada;
4- Desta forma, qualquer forma de avaliação quanto às capacidades de dança de uma pessoa que exista hoje ou em qualquer época da existência humana está desqualificada como eficaz uma vez que leva em consideração a capacidade de uma pessoa de reproduzir movimentos repetitivos e seqüenciados;
5- Afirmamos que somente as pessoas que verdadeiramente sentem a Música são capazes de dançar de verdade;
6- Tais pessoas são as únicas que dançam de verdade por dois motivos: primeiro, devido ao fato de que tais pessoas precisam ouvir uma música para senti-la e, a seguir, dançar: sem música sua dança não existe;
7- Segundo, por serem as únicas pessoas que sentem as músicas, tais pessoas não estão presos a nenhum método ou racionalismo em torno do modo como dançam – eles simplesmente sentem a Música e dançam;
8- Deixamos claro que tais comprometimento e capacidade de abstração em relação à Música e à Dança não são possíveis de serem alcançados por qualquer pessoa, sendo estados de espírito e mental únicos e longe deste nosso cotidiano racionalista e metodológico;
9- Para alcançar tais estados de espírito e mental únicos acreditamos que seja preciso se distanciar deste modo de pensar e agir que rege o mundo de hoje – é preciso uma pureza de espírito que só é perceptível naqueles que são capazes de agir de forma aleatória e imprevisível;
10- Somente as crianças e os bêbados são capazes de alcançar estes estados de espírito e mental únicos – os primeiros por ainda não estarem infectados pelo nosso pensamento racionalista e metodológico, e os segundos por terem tido esse pensamento nocivo retirado de si, pelo menos por algum tempo, devido aos efeitos do álcool –, sendo, portanto, as verdadeiras pessoas boas de dança e as únicas com mérito para avaliar as qualidades de dançarinos de alguém.
Nós, signatários deste manifesto, nos comprometemos a seguir os exemplos dos verdadeiros virtuoses da Dança toda a vez que decidirmos praticar verdadeiramente a Dança. Nos comprometemos a repudiar os falsos dançarinos e suas formas de dança como simulacros vazios e sem sentido artístico verdadeiro. Por fim, nos comprometemos a divulgar nosso manifesto de modo a trazer a luz da verdade para iluminar a vida do resto da humanidade.
Aqueles que desejarem assumir estes compromissos e divulgar esta causa, assinem a lista abaixo e reproduzam este manifesto divulgando-o para o máximo de pessoas que conseguir.
1) Pedro Rocha
3 comentários:
Além dos bêbados e das crianças, tb os malucos tem essa excepcional sensibilidade para a verdadeira dança, categoria onde obviamente se enquadra o autor desse manifesto.
Para dirimir qualquer dúvida, declaro que o comentário anterior foi feito por mim, o anônimo, ficando claro que o autor ainda não chegou a tal estágio de loucura.
Maluco, acho que ainda nao, mas com todo o tempo do mundo para escrever nhenhenhem.
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