Nas aulinhas de pré-vestibular me ensinaram o que quatro anos de segundo grau técnico em eletrônica não conseguiram: cinética.
1. Os corpos se mantêm em movimento ou parados até que uma força externa atue sobre eles.
2. Um corpo no instante infinitesimal anterior ao início de um movimento é quando um corpo possui a maior quantidade de energia potencial que ele pode ter para o movimento.
3. A energia potencial é o tipo de energia que um corpo acumula em si quando da iminência de um movimento.
4. O total de energia potencial acumulada por um corpo define o total de energia cinética produzida pelo mesmo.
5. Quanto mais energia cinética, mais movimento o corpo produz.
Por que todas essas considerações físicas sobre os corpos? Neste momento, neste exato momento, eu sou energia potencial em seu estado mais puro.
Sou um corpo que só tem acumulado e acumulado energia, na espera – na ânsia – de gastá-la toda em movimentos.
Sou os pés do corredor ao soar do sinal de início da prova. Sou os dedos do arqueiro prestes a soltar a corda. Sou a bolinha de ping-pong arremessada para cima, parada no ar, esperando que a gravidade a faça cair contra a raquete do jogador. Sou o bispo na mão do enxadrista pronto para dar o xeque-mate.
Sou a inteligência nutrida de milhares de informações, produzindo milhares de pensamentos, frente a um papel em branco; mas sem ter um lápis para traduzir isto tudo em ação.
Sou o que ainda não é, mas tem tudo para ser.
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