quarta-feira, dezembro 23, 2009

Literalismo Luso-Porteño

Um amigo conta que foi a Portugual e, num sábado, passou em frente a um restaurante que tinha gostado. Aproveitou e perguntou ao garçon se o restaurante fecharia no dia seguinte, domingo, pela noite. Ele queria levar uns amigos pra jantar lá.

Como a resposta foi negativa – “não, aos domingos não fechamos de noite” – ele voltou no dia seguinte com os amigos. E encontrou o restaurante fechado.

O que aconteceu? O garçon deu uma sacneada nele? Não, nada disso. O restaurante não abria aos domingos, então não tinha como fechar só pela noite.

Esses literalismos de nossos irmãos lusos estão na moda aqui em terra dos hermanos. Não sei se é má vontade, implicância, simples displicência ou todas as antoriores, só sei que os serviços por aqui são todos controlados por gente que só sabe viver no literalismo luso-porteño.

Como quando fui ao restaurante e, chegada a comida, perguntei se não haveria um molhinho para a carne. O garçon prontamente respondeu que sim. Estou esperando o tal molhinho chegar até agora.

Ontem fui comprar o presente de natal da metade-cara. Depois de entrar em várias lojas e ouvir uma série de “tenemos pero no hay”, achei uma loja que tinha E que havia o que eu queria. Escolhi o que queria, paguei e avisei ao caixa que era para presente.

O cara respondeu um “que bom, né?”, vulgo “troféu joinha pra você”, e colou um lacinho pré-fabricado na bolsinha vagabunda da loja na qual tinha tacado o tal presente.

Eu tentei insistir e repeti que era um presente. Ele me entregou a bolsa incrivelmente ornamentada com o lacinho com que falando “eu sei, tá aqui o presente” e me desejou boas festas.

Não posso dizer que desejei o mesmo para ele, mas posso afirmar que desejei que fosse pra...

terça-feira, dezembro 22, 2009

Ataque de bobeira

Acho que um dos grandes prazeres da vida – e um dos mais simples – é o ataque de bobeira.

Quem nunca viu, ouviu ou presenciou alguma coisa muito boba e meio sem graça mas que fez com que você ficasse rindo daquilo durante horas e repetindo a besteira e se mijando rir tudo de novo?

Eu já fiz isso várias vezes. Várias.

Assistir a Monty Python em Busca do Cálice Sagrado é garantia de passar dias berrando Ni! para as pessoas e me escangalhar de rir. Sozinho.

Assistir a Up! no avião durante as férias foi cair na gargalhada – do tipo que chama a atenção do avião inteiro e a aeromoça vem ver se está tuod bem – ao chegar na parte do “Esquilo!”. Ainda passei boa parte das férias repetindo essa merda e rindo sozinho, para o desespero da minha metade-cara.

Agora, neste fim de semana, fomso ao mercado fazer compras. O mercado argentino é um poço de ataque de bobeiras em potencial. É água sanitária chamada Ajudin, limpador de fogão chamado Mr. Músculo, limpa-borras etc.

Mas o escolhido dessa semana foi limpa-pisos chamado Blem. Porra! Blem! Pedi pra Carol passar o Blem e a palavra não saiu mais da minha boca.

Blem!

Cara, to rindo até agora da maior besteira sem graça do mundo. Mas é uma palavra com um som muito engraçado [pra mim].

Coitada da Carol que teve que ficar me ouvindo repetir essa merda por horas. E me escangalhando de rir todas as vezes.

Ataque de bobeiras rules!

Blem!




*****


Intento de escribir en español.


Ataque de Boludez

A mi me parece que uno de los grandes placeres de la vida – y uno de los más simples – es el ataque de boludez.

Quien jamás vío, oyó o presenció algo muy tonto y como nada gracioso pero que te hizo carcajar de esso por horas y repetiendo la tontería y se cagando de reír todo de nuevo?

Yo ya hice esto varias veces. Varias.

Al ver a Monty Python And The Holy Grail es seguro que pasaré días gritando Ni! a la gente y me cagando de reír. Solo.

Ver a Up! en el avión en las vacaciones fue me matar de reír – de la clase en la cual todo el avión te mira a vos y la azafata viene a preguntarte si está todo bien – al llegar a la parte de lo de “Ardilla!”. Pasado el avión, seguí parte de las vacas repetindo esta tontería y carcajando solo, para el desespero de mi mitad-cara.

Ahora, en este fin de semana, fuímos al mercado hacer compras. El mercado argentino es un crisol de ataques de boludezes en potencial. Es lavandina de nombre Ayudín, limpa-todo con nombre de Mr. Músculo etc.

Pero el elegido de esta semana fue el limpa-pisos con nombre Blem. Fuck! Blem! Pedí a Caro que me pasara el Blem y la palabra no salió más de mi boca.

Blem!

Che, estoy me cagando de la risa hasta ahora de la más grande boludez nada graciosa del mundo. Pero es una palabra que suena muy raro [para mi].

Pobre de Caro que tuvo que me aguantar repetindo esta mierda por horas. Y me cagando de la risa todas las veces.

Ataque de boludez rules!

Blem!

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Da eterna chegada à eterna despedida

Se tem uma coisa engraçada a respeito da vida no exterior, é a relação com os amigos e parentes que nos visitam.

É claro que há um mega saudade e tudo o mais, há momentos em que a solidão bate forte e dói como picada de abelha. Nosso primeiro [e, se tudo der certo, o último] natal junto é uma boa prova disso.

Mas acho que o que mais dói é perceber que nossos encontros com nossos queridos são todos baseados nas despedidas.

Quando morávamos no Rio, por outro lado, nossos encontros eram eternas chegadas. Tinha sempre alguém visitando, uma festinha pra receber alguém, um jantar oferecido pela gente ou pelo próprio amigo, alguém para jogar uma biriba até a manhã seguinte.

Ao fim, a despedida também era uma eterna chegada ao som de um “Amanhã, chega mais”, “Depois chega aí”, “Não deixa de dar uma chegada quando der”.

Aqui, as despedidas são quase definições das distâncias que nos separam de todos que gostamos: “Até a próxima”, “Manda um beijo pra todo mundo”, “Foi bom te ver”.

Independente dessa nova dinâmica da eterna despedida, o momento em que estamos todos juntos é bom demais. E, no fim, é isso que realmente vale a pena.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Todo castigo é pouco

Bom, minha escrita aqui tem sido no mínimo errática. Passo um bom tempo sem escrever nada e tem um motivo muito sério pra isso.

Minha burrice.

Sim, depois de anos reclamando do colégio, da faculdade, do curso de inglês e da minha mãe mala que acorda às 6h em ponto todo dia, inclusive aos domingos, eu, por iniciativa própria, pedi pra trocarem meu horário no trabalho para das 7h às 15h.

Ou seja, tenho que acordar todo dia às 6h. Ninguém merece.

Mas o pior é que vale a pena. Eu chego em casa às 16h e dá tempo de fazer um montão de coisa ainda.

O foda é que fico com sono o dia inteiro, já que não consigo dormir cedo de forma alguma.

Então, taí o motivo de tão pouca escrita.