Ela sai correndo morro abaixo sentindo o vento refrescante de um final de tarde calorento de verão. Embora seja ela que se movimente, parece que, na verdade, é o gramado do morro que se move na sua direção e fica para trás.
Sua silhueta contra o sol a se por atrás da casa do avô se estende quando ela decide abrir os braços em meio à corrida e deixar-se levar pela emoção da velocidade que alcança.
Seus cinco ou seis anos de idade só lhe permitiram aproveitar plenamente o ato se sua boca estivesse aberta, como se ela quisesse engolir o mundo na sua corrida desgarrada para a alegria.
É descendo o morrinho, em meio ao gramado, com a brisa do final da tarde refrescando sua pele, o sol enquadrando sua silhueta, de braços abertos, de boca escancarada e com uma alegria infinita no coração que a criança nos seus inocentes cinco ou seis anos de idade sublimemente tropeça numa raiz de árvore e cai no chão de cara numa bosta de boi.
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Foi assim que nos sentimos esta semana.
Na sexta da semana passada encontramos um apartamento que adoramos e decidimos sair deste que não gostamos tanto. Era bonitinho e tinha tudo o que gente queria num apê porteño.
Avisamos à dona da nossa atual moradia que sairíamos até o fim de junho e começamos a empacotar os livros e dvds [nós temos um monte de livros e dvds].
Na terça [segunda foi feriado aqui] descobrimos que não podíamos alugar o incrível apartamento que desejávamos tanto. Parece que a imobiliária implicou com a nossa fiadora – no caso, a empresa da Carol – e rolou uma troca de palavrões entre o advogado da imobiliária e o da empresa.
Alguns boludos, pelotudos e a concha da mãe e da irmã dos dois depois, ficamos sem apê novo e com um mês pra sair do velho.
Desespero completo.
Estávamos sozinhos nesse mundo frio de três graus Celsius e gente falando chins e jarrú ao invés de jeans e yahoo.
[Mentira, temos amigos aqui que estão nos ajudando pra cacete e dando a maior força. Mas a gente quer mais amigos, a gente quer o resto dos nossos amigos TAMBÉM, poxa!]
Então decidimos que íamos sair pra comer num restaurante caro. Afinal de contas, ninguém fica triste enquanto come uma comida deliciosa. Pedimos a promoção que comprava um vinho gostoso e vinha outra garrafa, ficamos bêbados, de pança cheia e efemeramente felizes pela deliciosa comida que começávamos a digerir.
Realmente, ninguém fica triste enquanto come uma comida gostosa – ditado de dois gordinhos.
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Bom, depois de procurarmos outros apartamentos, nos desesperarmos pela falta de sorte, brigarmos contra os sites mal-feitos dessa argentinada estúpida e querermos matar qualquer boludo que passasse pela frente [viu! isso pega!], encontramos um apartamento ainda melhor.
Com uma das melhores vistas de BsAs [porque eu sou in, sacou?], cobertura, apartamento novinho em folha e nos trinques – já decidimos que é esse que a gente quer.
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Enquanto isso, fica aquele frio na barriga da espera e da ansiosidade de não ter a confirmação imediata de que o novo apê é nosso e não de algum argentino de mullets escroto qualquer.
3 comentários:
não pode existir definição mais perfeita da felicidade.
mas agora eu só visto se tiver cobertura com vista
room with a view!!!
só me responde uma coisa, o nome do doce de leite é freddo???
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