sábado, julho 26, 2008

A vida corporativa

Ou Tirando a barriga da miséria


Eu já havia escrito sobre o quão fascinantes são janelas em ambientes de trabalho. Particularmente a do banheiro.

Mas isso porque nos escritórios as janelas estão sempre com persianas fechadas e não há janelas nos corredores.

Recentemente, no trabalho um pessoal foi deslocado de sua sala e a dita cuja ficou vaga. Ela tinha o maior janelão para o corredor que sempre estava fechada, com a persiana baixada.

Pois bem, após a saída do pessoal, abriu-se a maior vidraça. Ficou todo mundo aprisionado pelo fascínio de ter um novo lugar pra olhar, todos gravitando em volta, como insetos em volta da lâmpada.

Só pra ficar olhando para um monte de mesas desmontadas e papéis amassados no chão. Só havia isso para ver. Mas todos estavam loucos para meter o bisoião.

Ontem fecharam a persiana de novo. Tinha que ver a cara de órfão que as pessoas faziam ao passar pelo corredor...


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Banheiros em geral são lugares não muito sanitários. Nem devem ser, na verdade.

Esse é o espaço em que a pessoa pode [e deve] mostrar o seu pior. Botar pra fora tudo que a há de ruim dentro de si.

É o lugar em que é socialmente permitido peidar, arrotar, tirar meleca, coçar o saco [ou a bunda, ou a xebereca, ou o que mais lhe vier à mente], conferir se o sovaco ta tranqüilo e até mesmo cantarolar Los Hermanos.

É pra você ser tudo de ruim ali dentro pra poder ser o melhor que consegue ser do lado de fora.

Então eu não entendo alguns comportamentos das pessoas em relação ao banheiro:

1) Pessoas que não usam a proteção de assento em banheiros públicos. Amigo, você não sabe por onde andou aquela bunda antes dela sentar no mesmo lugar que agora a sua se encontra. Não sei quanto a você, mas eu gosto da minha bunda e prefiro ela sem doenças.

2) Pessoas que olham feio pra você quando sai aquele peidinho durante a mijada. Poxa, estou ali me aliviando, é normal que o alívio seja total. Largue de ser quadrado!

3) Sabonete líquido. Cara, não é mais higiênico que sabonete em barra. A mão que você usou pra se limpar é a mesma que vai apertar pra sair o sabonete. No exato mesmo lugar que todas as mãos anteriores à sua apertaram logo depois de limparem seus donos. Sim, no sabonete em barras se toca onde todo mundo tocou antes também. Amigo, o sabonete é auto-limpante! Ele é feito de uma substância que limpa, não há como ficar sujo. A não ser que o espírito de porco anterior ao seu tenha enchido o dito cujo de areia ou largado uns pentelhos por ele, toda sujeira mais se esvai.

Assim sendo, pense bem ao usar o toalete. Ele pode ser muitas vezes sua salvação, mas também pode ser sua perdição.

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