Monólogo

Certo, certo. É um clichê dizer que faço isso porque “sou um humanista” e tal. Mas é verdade. Eu gosto de pegar mulheres feias. Gosto de pensar que faço um bem às menos privilegiadas.

As mulheres bonitas não dão tanto valor ao seu trabalho quanto as feias. Elas se sentem agradecidas, realizadas, inteiramente satisfeitas. E fazem de tudo para aproveitar intensamente a ocasião – afinal, pode ser a última coca-cola gelada do deserto!

É bom pensar que você é, efetivamente, a última coca-cola gelada do deserto.

Minha primeira vez foi com uma mulher de 150 quilos. Eu fiquei por cima, claro. Ela era tão grande que meus braços e pernas não tocavam na cama. E quando ela respirava, eu subia e descia como se estivesse numa montanha russa.

Foi um pouco bizarro, mas, no fim, valeu a pena. Ela ficou tão feliz!

Você há de me perguntar se não sinto falta de mulher bonita. Se eu não canso de fazer sexo com mulheres que não me atraem. Se minha luxúria não se esvai aos poucos.

Na verdade, só fico com mais tesão. Afinal, a satisfação é a morte do desejo. Enquanto eu não satisfizer minha vontade de mulher atraente, só vou ficar com mais tesão.

Ass.: O Humanista.