quinta-feira, maio 28, 2009

E a vida?

Imagine uma criança feliz. Ela está em cima de um pequeno morrinho na fazendo do avô. O morro é todo gramado e desce até um grande e largo pasto. No fundo do pasto está a casa do avô que acabou de chegar da cidade – provavelmente com algum presentinho adocicado para mimá-la.

Ela sai correndo morro abaixo sentindo o vento refrescante de um final de tarde calorento de verão. Embora seja ela que se movimente, parece que, na verdade, é o gramado do morro que se move na sua direção e fica para trás.

Sua silhueta contra o sol a se por atrás da casa do avô se estende quando ela decide abrir os braços em meio à corrida e deixar-se levar pela emoção da velocidade que alcança.

Seus cinco ou seis anos de idade só lhe permitiram aproveitar plenamente o ato se sua boca estivesse aberta, como se ela quisesse engolir o mundo na sua corrida desgarrada para a alegria.

É descendo o morrinho, em meio ao gramado, com a brisa do final da tarde refrescando sua pele, o sol enquadrando sua silhueta, de braços abertos, de boca escancarada e com uma alegria infinita no coração que a criança nos seus inocentes cinco ou seis anos de idade sublimemente tropeça numa raiz de árvore e cai no chão de cara numa bosta de boi.

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Foi assim que nos sentimos esta semana.

Na sexta da semana passada encontramos um apartamento que adoramos e decidimos sair deste que não gostamos tanto. Era bonitinho e tinha tudo o que gente queria num apê porteño.

Avisamos à dona da nossa atual moradia que sairíamos até o fim de junho e começamos a empacotar os livros e dvds [nós temos um monte de livros e dvds].

Na terça [segunda foi feriado aqui] descobrimos que não podíamos alugar o incrível apartamento que desejávamos tanto. Parece que a imobiliária implicou com a nossa fiadora – no caso, a empresa da Carol – e rolou uma troca de palavrões entre o advogado da imobiliária e o da empresa.

Alguns boludos, pelotudos e a concha da mãe e da irmã dos dois depois, ficamos sem apê novo e com um mês pra sair do velho.

Desespero completo.

Estávamos sozinhos nesse mundo frio de três graus Celsius e gente falando chins e jarrú ao invés de jeans e yahoo.

[Mentira, temos amigos aqui que estão nos ajudando pra cacete e dando a maior força. Mas a gente quer mais amigos, a gente quer o resto dos nossos amigos TAMBÉM, poxa!]

Então decidimos que íamos sair pra comer num restaurante caro. Afinal de contas, ninguém fica triste enquanto come uma comida deliciosa. Pedimos a promoção que comprava um vinho gostoso e vinha outra garrafa, ficamos bêbados, de pança cheia e efemeramente felizes pela deliciosa comida que começávamos a digerir.

Realmente, ninguém fica triste enquanto come uma comida gostosa – ditado de dois gordinhos.

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Bom, depois de procurarmos outros apartamentos, nos desesperarmos pela falta de sorte, brigarmos contra os sites mal-feitos dessa argentinada estúpida e querermos matar qualquer boludo que passasse pela frente [viu! isso pega!], encontramos um apartamento ainda melhor.

Com uma das melhores vistas de BsAs [porque eu sou in, sacou?], cobertura, apartamento novinho em folha e nos trinques – já decidimos que é esse que a gente quer.

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Enquanto isso, fica aquele frio na barriga da espera e da ansiosidade de não ter a confirmação imediata de que o novo apê é nosso e não de algum argentino de mullets escroto qualquer.

Pra passar o momento “arrancado pentelho a dentadas”, nada como um bom doce de leite que algum maravilhoso argentino de mullets fez pra gente comprar.





Afinal de contas, voltamos ao ditado de dois gordinhos:
ninguém fica triste enquanto come uma comida gostosa.

sexta-feira, maio 22, 2009

Já que é assim...

A passagem pelo Rio, embora efêmera, foi muito boa.

Encontramos os amigos queridos, a falta que eles fazem e o carinho que, mesmo à distância, não definha.

Encontramos com a família dela, a dor e a alegria misturadas e convertidas numa festa memorável.

Encontramos a minha família, a feijoada, a cerveja gelada, as piadas e as saudades.


No final das contas, tudo se resumiu a apenas uma frase:


“Minha avó me mandou tomar juízo.
Mas só tinha cerveja.”


Então tomei cerveja, vó!

terça-feira, maio 12, 2009

Being Seth Rogen

Bom, finalmente a natureza deu seu golpe derradeiro que me impede de negar de uma vez por todas a minha condição de nerd.

Agora eu uso óculos.

Fui buscar os meus ontem à noite, por isso ninguém sabe como ficou. Eu, me olhando no espelho, cheguei à conclusão que eu também não sei como ficou.

Só sei que ficou a cara do Seth Rogen, o ator e roteirista de comédias. Eu até gosto dele, mas nem acho que ele seria um exemplo a ser seguido.

Como a patroa levou a máquina fotográfica pro Rio, tudo o que eu tenho é a foto do Seth pros curiosos.


quinta-feira, maio 07, 2009

Como ter peitos grandes

Se você quer ter uma experiência que simule como é ser uma mulher com peitos grandes e um decote indecente, eu tenho a receita.

É muito simples.

Compre um filhote de cachorro e ande com ela na rua levando-o no seu colo.

É impressionante como as pessoas passam por você e não olha na sua cara. Elas não percebem nem a sua presença! Elas só têm olhos para o que vc tem no seu colo, só falam com o que você tem no seu colo e só querem brincar com o que você tem no seu colo.

É uma experiência interessante. Eu recomendo.



Chimi

quarta-feira, maio 06, 2009

Derretendo...


Acho que não deu certo...

O paradoxo do queijo suíço aplicado

-Cara, outro dia tive um problema sério no trabalho.
-O que houve?-Eu sento numa mesa antes da ponta das baias. Uma menina senta do meu lado, bem na ponta da fileira de mesas.
-Sim, e daí?
-Daí que uma outra menina veio falar com ela.
-E?
-E que ela tem uns peitões enormes de grandes.
-E?
-E que ela tava com uma dessas blusas que parecem que vão mostrar tudo no decote, mas o caimento acaba que nao deixa mostrar nada, sabe?
-Sei. Entao você não viu nada.
-Lá no trabalho as baias têm uma divisória de vidro nos lados.
-E?
-E que a divisória bate na altura da barriga.
-E?
-E que a mulher tava conversando com a menina quando resolveu dar uma olhada em algo na tela de computadora. Pra isso, abaixou e apoiou o abdomen na divisória, levantando os peitos e deixando o decote com a visão completa.
-Excelente! O que você fez?
-Eu fiquei no maior dilema, cara. Porque queria dar aquele conferidão brabo, completo e quase clínico. Afinal de contas, se tão mostrando, eu vou ver.
-É claro!
-Mas, por outro lado, se eu olhasse muito descaradamente, ela ia perceber, ia tirar os peitões e eu não ver mais nada, além de ficar com má fama no trabalho.
-É verdade...
-Era uma questão de olhar muito, curtir o máximo possível e ela rapidamente guardar o show ou olhar pouco, curtir o que desse e ter o show por mais tempo. É foda! Quanto mais eu olhasse, menos eu olharia!
-O que você fez?
-Fiquei tentando olhar o mais discretamente possível com o canto do olho, mas não por muito tempo seguido. Fiz de tudo: cocei o nariz com o ombro, atendi o telefone do outro lado, fingi que lia alguma coisa na minha divisória, fingi que tinha escutado alguém me chamar e o cacete a quatro. Até que cansei e comecei a olhar diretamente sem disfarçar. Ela percebeu, recolheu seus atributos e foi embora. Nunca mais apareceu aqui do lado.
-Boa!